“Adoração do Reis Magos”, pintura de Gregório Lopes (1490-1550), retábulo de S. Bento, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa |
Habituei-me a que o dia de Reis era a data que fechava o período natalício. Os doces de Natal acabavam, os enfeites de Natal e o presépio retiravam-se, e especialmente era o último dia de consumo do bolo-rei. Da minha tradição apenas mantenho o bolo-rei, que acabo por comer várias vezes durante o ano pois algumas pastelarias o confecionam.
O dia de Reis tem origem numa celebração religiosa baseada no relato contando que três Reis foram guiados por uma estrela para o local de nascimento de um novo Rei, destinado a mudar o mundo, e então dirigem-se a esse local com oferendas. Melchior levou ouro como reconhecimento de realeza do recém-nascido, considerando como um Rei, Gaspar oferece incenso como reconhecimento de divindade, achando-o um Deus, e Baltasar em reconhecimento da sua humanidade, e que representava simbolicamente a imortalidade, oferece-lhe mirra e considera-o como um Profeta. Este ato vem transformar Jesus num Rei, que sofre as vicissitudes conhecidas sendo realmente um rei do sofrimento, sendo que a cora final que lhe é colocada não é uma tradicional em ouro e símbolo do poder, mas uma cora de espinhos e de humilhação. Certo que a vida de Jesus deu origem a uma nova religião que rapidamente se propagou e foi perseguida e mais tarde valorizada e aproveitada. Os caminhos da Igreja com assunção do poder temporal só foram possíveis pela força e, naturalmente, pelas mentalidades da época.
Altar de Nossa Senhora do Rosário na sua Igreja em Fortaleza, Brasil |
Começar bem o Ano:
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