Artigo de opinião do Dr. Paulo
Pereira, neurocirurgião e Coordenador da campanha Olhe pelas Suas Costas.
Estenose lombar afeta população acima dos 65 anos
A coluna é uma estrutura móvel
sujeita a um processo degenerativo gradual. Este processo pode ser mais rápido
ou mais lento, dependendo dos indivíduos. O desgaste progressivo das vértebras
e dos discos da coluna, origina a estenose lombar que é o estreitamento do
canal central da coluna vertebral e dos canais por onde saem as raízes
nervosas. Estima-se que a estenose lombar afete entre cerca de 10 por cento da
população geral e mais de 20 por cento acima dos 65 anos.
A estenose pode ser classificada
como primária, causada por alterações congénitas ou desenvolvidas na primeira
infância; ou secundária, resultante de alterações degenerativas ou como
consequência de uma infeção, de um traumatismo ou de uma cirurgia. Embora seja
mais frequente na região lombar, a estenose pode envolver também a região
cervical ou, mais raramente, dorsal.
Os sintomas relacionados com a estenose podem
instalar-se e progredir de forma mais ou menos rápida. A compressão das raízes
nervosas pode provocar dor, diminuição da força nos membros superiores e
inferiores, diminuição da sensibilidade e mesmo alterações no controlo dos esfíncteres
da bexiga e do ânus. Quando surge uma estenose
na região lombar o doente tipicamente desenvolve uma dificuldade progressiva na
marcha, com dores difusas e falta de força nos membros inferiores, que regridem
quando o doente está em repouso e quando se senta. Com a progressão da estenose
a marcha fica cada vez mais limitada.
O diagnóstico da estenose lombar
é feito a partir dos sintomas do doente e dos dados do exame físico. A
confirmação do diagnóstico é feita através de exames de imagem, mais frequentemente
a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada da coluna lombar.
Quando os sintomas são ligeiros,
o recurso a medicamentos, alterações do estilo de vida e um programa de fisioterapia
podem ser suficientes para o alívio dos sintomas. No entanto, quando os
sintomas se tornam mais graves, a cirurgia torna-se necessária para
descompressão das estruturas nervosas e geralmente traduz-se numa melhoria
significativa da qualidade de vida do doente. Em algumas situações, para além
da descompressão é necessária uma estabilização da coluna
vertebral.
A campanha Olhe pelas Suas
Costas é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna
Vertebral, em parceria com a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral,
Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, Sociedade Portuguesa
de Neurocirurgia e Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. Para mais informações consulte: http://www.olhepelassuascostas.com/ ou visite o facebook: https://www.facebook.com/olhe.costas
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