*Artigo de Tomé Lopes,
Presidente da Associação Portuguesa de Urologia
O
cancro do testículo é muito frequente nos homens entre os 15 e os 34 anos,
representando cerca de 2% de todos os tipos de cancro que afetam o sexo masculino.
Este tipo de cancro tem uma elevada taxa de sucesso, mais de 95% dos casos são
curáveis após o tratamento.
O
tumor do testículo é causado por células que se dividem descontroladamente e
que podem migrar para outras zonas do corpo através da corrente sanguínea ou
pela linfa. Numa fase inicial, o cancro encontra-se limitado ao testículo, mais
tarde, pode estender-se para os gânglios linfáticos no abdómen, posteriormente,
para o tórax e, numa última fase, poderá estender-se para outros órgãos.
As
causas do cancro testículo permanecem desconhecidas, mas os homens com maior
risco de desenvolver este tipo de cancro são os que nascem com criptorquidia –
o testículo permanece no abdómen em vez de descer para o escroto – anomalias no
pénis ou nos rins. O tratamento da criptorquia até aos 4 anos de idade é
fundamental para prevenir um futuro tumor. A hereditariedade é outro dos
principais fatores de risco.
Os
primeiros sintomas de cancro no testículo passam pelo surgimento de um nódulo
ou uma inflamação no testículo – normalmente só detetado quando atinge 1cm e já
está em desenvolvimento. Dor e incómodo no escroto e sensação de peso na bolsa
escrotal é outro sintoma típico, associado a uma dor no abdómen inferior ou na
virilha. Os tumores do testículo metastizados podem
originar dores ósseas, sensação de falta de ar (dispneia), dores torácicas, e
tosse.
A
prevenção passa por realizar um autoexame de palpação testicular e consultar o
médico sempre que se verificar um destes sintomas. O exame testicular deve ser
feito envolvendo o escroto com as mãos, de modo a deixar o polegar e alguns
dedos livres para conseguir tocar nas várias zonas dos testículos. É importante
examinar os dois testículos de forma semelhante, para detetar possíveis
diferenças.
Não
existe nenhum exame de deteção específico para este tipo de cancro, mas o
recurso a métodos de diagnóstico complementares, como a exploração física, a
transiluminação ou as ecografias permitem uma deteção precoce. O tratamento do
cancro do testículo passa pela cirurgia de remoção do órgão sendo, por vezes, o
único tratamento para praticamente todos os tipos e estádios do tumor. A
cirurgia é feita através de uma incisão na virilha (região inguinal) e da remoção
do testículo e do cordão espermático. Poderá também ser colocada uma prótese
testicular. O tratamento pode ser também combinado com radioterapia e
quimioterapia.
O cancro do testículo é um dos temas
que vai estar em debate no Congresso da Associação Portuguesa de Urologia,
entre os dias 10 e 13 de Outubro, no Centro de Congressos do Algarve, em
Vilamoura. Para mais informações consulte: www.apurologia.pt
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