segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Cordeiro Mirandês - Walter benjamin e a doçaria russa - O cacau de Miguel Esteves Cardoso

 
Virgilio Gomes
Acabar bem o ano, e com a qualificação de mais um produto transmontano, é mais um motivo de alegria e orgulho. Desta vez foi o “Cordeiro mirandês ou Canhono mirandês” como DOP, última vedeta da qualidade dos produtos transmontanos. Curioso como usa a designação “canhono”, linguagem local que antigamente era usado só no feminino para significar cabra velha ou outro ovino de idade avançada. Este “Cordeiro Mirandês” é um ovino de Churra Galega Mirandesa e abatida até à idade de quatro meses, nascido e criado num sistema de exploração extensivo tradicional. Uma nova oportunidade para a excelência dos produtos transmontanos. 
Claro que irei escrever sobre os produtos da alimentação que levam a critérios de classificação, necessários pelo invasão permanente de novos produtos e seus sucedâneos, e também por uma crescente e deficiente educação do gosto. Quando eu era criança e vivia em Bragança, até os meus dezoito anos, estas questões não se levantavam. Nesses tempos, e quando e se ouvia falar de produtos transmontanos, isso significava qualidade, uma garantia de autenticidade no seu melhor. Tudo tinha o seu gosto, e seu sabor. Depois tudo se multiplicou e o significado deixou de ser o mesmo. Apesar de Trás-os-Montes ter mantido um certo isolamento que lhe garantia alguma segurança, Bragança até há muito pouco tempo era o único distrito que nem de um centímetro de autoestrada dispunha. Os tempos mudaram e também a nossa terra foi alvo de uma invasão de produtos novos e, quanto deles, sem grande valor alimentar. Mas são as irresistíveis modas! E, acrescente-se, as facilidades, a rapidez…

© Virgílio Nogueiro Gomes
Foto de © Ana Preto
Para saber mais:
Mais uma delícia transmontana, reconhecida:
 
 
 
 






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