segunda-feira, 14 de maio de 2012

O massacre das baleias-piloto nas ilhas Féroe, na Dinamarca


arquipélago assinalado a verde
As Ilhas Féroe são um território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 48.000 pessoas numa área de 1.399 km². Na ilha maior - Streymoy - encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (dados de 1999). São autónomas desde 1948, não aderiram à União Europeia, procurando gradualmente a independência. Como território autónomo com a Dinamarca conta com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca -, com um parlamento formado por 32 membros (Logting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.
Em 600 d.C. o arquipélago foi colonizado por irlandeses e em 800 conquistado e colonizado pelos vikings noruegueses. No século XII passa a ser um país tributário da Coroa Norueguesa. No século XIV o arquipélago, a Dinamarca e a Noruega reúnem-se em torno da mesma monarquia e no século XVII, o arquipélago é confiado, pelo rei da Dinamarca, à família von Gabel, tornando-se num estado feudal. Em 1720 é administrado como território da Islândia e em 1776 da Dinamarca.
A religião faz uma parte importante na cultura das ilhas. Neste arquipélago predominam as religiões cristãs: luteranismo evangélico, protestantes, alguns católicos, testemunhas de Jeová e Bahá'i. 80% da população pertence à igreja estabelecida, o luteranismo evangélico. Os restantes 20% distribuem-se pelos irmãos cristãos (irmãos de Plymouth) e luteranos.
As ilhas têm uma morfologia muito acidentada, rochosa, com costas alcantiladas recortadas por profundos fiordes. O clima é oceânico, marcado pela influência moderadora da Corrente do Golfo, o que, tendo em conta a elevada latitude, suaviza as temperaturas invernais. Em Tórshavn não se registam temperaturas médias mensais negativas, oscilando estas entre os 3 °C em Janeiro e os 11 °C em Agosto. A média anual é de 6/7 °C. A amplitude térmica é assim muito reduzida, com verões frescos e invernos suaves. A precipitação aproxima-se dos 1400 mm por ano, com um mínimo relativo na Primavera e no Verão. O céu é em geral nublado, com frequentes nevoeiros. São frequentes os ventos fortes. Todas as ilhas são habitadas excepto Lítla Dímun. 
Os recursos naturais são escassos. A vegetação - gramíneas -  é utilizada para a criação de ovelhas. Em algumas partes da ilha de Suðuroy, existem alguns depósitos de lignito, úteis como combustível. No mar é que está a sua grande riqueza. A pesca corresponde a 98% das exportações realizadas e praticamente todo o comércio deriva dos produtos do mar. Dentro do limite de 200 milhas marítimas são encontradas espécies como bacalhau, arinca, argentina-dourada, faneca da Noruega, alabote, tamboril, peixe vermelho, pechelim, salmão e arenque. A piscicultura de salmão e truta é um sector que tem crescido e contribuído para o crescimento da balança comercial. O fabrico de navios (de aço, pesqueiros, de carga) corresponde a 2% das vendas para o exterior. Estima-se que existam reservas petrolíferas no subsolo oceânico do arquipélago e têm sido realizadas prospecções com sinais positivos. O aeroporto Vagar (EKVG) é o único na ilha. Foi construído na segunda guerra mundial pelos militares ingleses, mas hoje é um aeroporto civil. 

Caça às Baleias-Piloto

A caça anual (Maio) de Baleias-piloto é considerada uma tradição; uma actividade tão antiga quanto a colonização vikings. Não se conseguiu interromper, até hoje, esse costume ancestral. Enquanto isso, centenas de baleias são chacinadas anualmente. O governo dinamarquês não tem soberania[1] suficiente para neutralizar estes traços culturais.
Além do mais, um dos argumentos de peso para que a caça seja mantida é a obtenção de alimentos pela população, na medida em que a produção de alimentos nestas ilhas fica prejudicada durante grande parte do ano devido ao clima extremo[2]. E a carne obtida, não é pertença exclusiva dos caçadores. É distribuída gratuitamente por toda a população. Sabe-se ainda que durante o abate das baleias, na enseada, se procura cortar primeiramente o principal nervo responsável pelo envio de impulsos nervosos ao cérebro do animal. Estratégia que procura diminuir a dor dos animais, mas que provoca o derramamento de muito sangue na água.
Não deixam, no entanto, de ser chocantes e monstruosas as imagens que têm surgido na internet, e que têm resultado em vários protestos de indignação por todo o mundo, porque o abate brutal não se limita às baleias-piloto, mas também aos golfinhos calderon (pelo menos é o que nos atesta a informação recebida). E como já não é segredo para ninguém, os golfinhos aproximam-se do homem, em muitos casos, para “interagir com ele” (como o demonstra a fotografia ao lado)[3]. E são bem conhecidos os relatos de salvamento de humanos e a história de Panchito Bárria, o menino da Patagónia, contada por Luís Sepúlveda em Expresso na Patagónia, por nós transcrita neste blogue:
Tempo Caminhado: Panchito Barría, o menino da Patagónia que ...


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Neste sitio pode ser visualizado um video sobre o tema



ABSURDO!!! Massacre de baleias nas Ilhas Feroe - Dinamarca Video



 

Aqui deixamos algumas imagens que nos foram enviadas, via internet, por alguns amigos:













[1] Observado esse recanto do mundo via satélite, percebe-se porquê.
[2] Não nos parece, pelos dados apresentados acima.
[3] Existem, no entanto, relatórios recentes que observam outro tipo de questões. Cf. LLOYD, John; MITCHINSON, John, O Livro da Ignorância sobre o Mundo Animal, Casa das letras, 2010, pp. 111-112.

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