O signatário desta nota de leitura condensa todo o
conteúdo do livro, em 24 perguntas, às quais o leitor mais fervoroso é
convidado a compreender, no diálogo, as dúvidas que as perguntas lhe suscitam.
Esta forma de questionar o entrevistado seduzirá
qualquer pergunta, de quem tem dúvidas e quer testar, ao vivo, aquilo que lhe
chegou da rua, ou de terceiros. O que está em causa é a fidelidade, o bem
público, o humanismo e, sobretudo, a honestidade, daquilo que já demonstrou ser
ao serviço do país.
O signatário invoca o percurso deste autor, para
exaltar o seu rigor científico, do também Luís, embora Rosa, que escreveu esta
oportuna obra. Invoco também a minha qualidade de decano dos jornalistas
portugueses vivos, com 73 anos dedicação à causa.
Finalmente invoco o meu conhecimento pessoal com
Marques Mendes, desde que, aos seus 18 anos, o conheci, no Gabinete de Imprensa
de Guimarães, na companhia do seu conterrâneo e amigo, Ribeiro Cardoso, também
jurista e diretor do Povo de Fafe.
Aos 19 anos já ele era vice-presidente da Câmara
Fafense, ainda estudante, carreira que nunca deixou até se licenciar em
Direito, em Coimbra, imitando o pai. «Saltou para a política nacional com o
famoso congresso da Figueira da Foz que lançou Cavaco Silva, como líder do PSD.
Aos 28 anos de idade foi a estrela do Partido, como Secretário de Estado da
Comunicação Social e, aos 34 anos, como ministro, entre 2002 - adjunto do
primeiro ministro. Seguiu, como líder parlamentar, entre 1996 e 1999, enquanto
Marcelo de Sousa dirigiu o PSD. Entre 2002 e 2004, foi ministro dos Assuntos
Parlamentares do governo de Durão Barroso. E, de 2005 a 2007 liderou o PSD com
assinalável sucesso.
Resumindo: «entre 1985 e 2007 Marques Mendes esteve
no centro de alguns dos principais acontecimentos políticos nacionais. Os 22
anos de entrega intensiva aos interesses do Estado, mereceram, sempre, as suas
preocupações, em tudo e com todos».
Cinco anos depois da fundação do Gabinete de Imprensa
em Guimarães, nasceu o IPIR (Instituto Português da Imprensa Regional, que teve
sede própria Barcelos. Nessa altura já Marques Mendes tinha chegado ao governo
e, além da oportuna legislação relacionada com a comunicação social, criou
apoios cruciais às então emergentes rádios locais e ao desenvolvimento do
setor.
Nos 15 anos em que se libertou de cargos «nunca
tive um cargo no Estado. Exerci funções públicas e políticas, mas quando saí da
política não aceitei qualquer cargo de nomeação, nem em empresas públicas.
Sempre esteve na minha mente voltar a fazer o que fazia profissionalmente,
antes de entrar na política: a advocacia. O facto de ter assistido, por dentro,
ao trabalho das redações, reforçou o respeito que sempre tive pelo jornalismo.
Eu vi e percebi, por dentro e por fora, o respeito que deve ter-se pelo
jornalismo e pelos seus executantes».
Sempre cumpriu este ramo do saber. Estivemos no mesmo
barco desde o Gabinete de Imprensa (de Guimarães), do IPIR, em Barcelos, da
APIR, UNIR e quantas substituíram os dois cartões que existiam no Estado Novo:
um para a imprensa nacional e outro para a regional.
Marques Mendes, depois de libertado das tarefas
políticas que recaíram sobre os seus ombros, entregou-se, com unhas e dentes,
às várias causas que assumiu, com a garra e o realismo com que se notabilizou
nas causas da Portugalidade. Enquanto membro político inovou em áreas vitais, a
começar pela comunicação Social. Era um vazio, sem regras, sem respeito pela
verdade, sem coragem e sem iniciativas. Existiam jornais, televisão pública e
rádios. Praticamente, o sindicato apenas existia para forçar os patrões em
tribunal. Não havia cursos de formação de jornalistas da esquerda que se
queixavam dos patrões nos tribunais.
As carteiras profissionais eram atribuídas pelos
empresários do setor. A 1ª Escola para formação de jornalistas surgiu no Porto,
nos anos oitenta, com o apoio da delegação do norte da Comunicação Social e,
mais tarde, integrada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
O Gabinete de Imprensa de Guimarães (GIG), que
dia 3 de março próximo completa 50 anos de atividade, foi obra dos cinco
correspondentes vimaranenses de jornais diários: JN, DN, PJ, CP e DM.
Esse pequeno grupo gizou o projeto e convidou os diretores dos semanários locais
que aderiram prontamente. A autarquia Vimaranense de então cedeu a Casa
Medieval na Praça de Santiago para sede e o GIG ultrapassou as carências do
setor, com o apoio de um subsídio público que permitiu ministrar cursos, em dez
dos 12 concelhos do distrito de Braga, simultaneamente, com jornalistas
profissionais.
O G.I. vai completar meio século em março. Marques
Mendes foi o sócio 73. A sua visita ao GI terá fecundado o gosto pela
Comunicação Social.
Foi o comentador político mais relevante do país nos
últimos 12 anos, liderando as audiências ao domingo e atingindo, semanalmente cerca de 1,5
milhões de pessoas.
Os homens não se medem aos palmos, nem os burros pelas
orelhas. Do mesmo modo se diz que o hábito não faz o monge.
Barroso da Fonte

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