segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Alexandre Parafita recuperou «o roubo de Sócrates, de há 27 anos»

Este lead noticioso tornou-se relevante para o país, mormente pela trilogia que permite desenvolver, ainda que resumidamente. O tempo, o modo e as circunstâncias. O tempo relacionou-se com mudança do regime político, há meio século. O modo adveio da incapacidade em reconhecer o instinto mental dos poderosos. As circunstâncias resultam da ganância de uns e de outros que fomentam a paz, provocando a guerra. Dia 5 do corrente mês, a imprensa nacional, relembrou mais uma trapalhada política que um dos mais atentos jornalistas portugueses resumiu neste título: Finalmente, o curso de Medicina… «roubado à UTAD há 27 anos».

Tomo a liberdade de reproduzir uma síntese deste oportuno artigo de Alexandre Parafita: «Foi em 1998, pela mão ousada e incansável de Torres Pereira, que a UTAD, então ainda uma criança com apenas doze anos de vida como Universidade, apresentou uma candidatura irrepreensível, tendo a participação do Prof. Nuno Grande, ilustre vila-realense, fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e antigo diretor da Faculdade de Medicina do Porto, com a garantia de um corpo docente de qualidade. Tinha também todos os estudos e pareceres que se impunham e, sobretudo, a participação do Centro Hospitalar de Vila Real, como futuro Hospital Universitário e que evoluiu, entretanto, para Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, já então uma das melhores unidades de saúde do interior do país».

O jornalista Alexandre Parafita que, ao tempo, como agora, foi e continua a ser uma das vozes mais audíveis de Trás-os-Montes e Alto Douro, ao serviço do diário Comércio do Porto, nunca silenciou as traições de políticos que tudo fizeram para empobrecer a mais antiga província portuguesa. Foi este ousado Transmontano que, como docente universitário, como jornalista, e, sobretudo, com a coerência que a justiça impõe, soube distinguir as duas causas: a informação e a verdade.

Já a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro existia, há doze anos, quando «Torres Pereira, seu reitor, apresentou uma candidatura irrepreensível, tendo a participação do Prof. Nuno Grande, ilustre vila-realense, fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e antigo diretor da Faculdade de Medicina do Porto, com a garantia de um corpo docente de qualidade». Do mesmo modo, já existiam os necessários estudos e pareceres que se impunham e, sobretudo, com a participação do Centro Hospitalar de Vila Real, como futuro Hospital Universitário.

Lamentavelmente - como transmontano e decano dos jornalistas portugueses - subscrevo aquilo que Alexandre Parafita exarou no penúltimo parágrafo deste seu correto, oportuno e louvável desabafo contra o então primeiro ministro José Sócrates. «Surpreendendo tudo e todos, o então ministro José Sócrates resolveu puxar a brasa à sua sardinha e levou o Curso de Medicina para a Covilhã. Ele que se dizia um amigo de Trás-os-Montes por força das suas raízes em Vilar de Maçada. Escrevi na altura um artigo na imprensa, onde dizia: «Com amigos assim, Trás-os-Montes não precisa de inimigos».

Barroso da Fonte

 

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