Transmontano lidera revolução na arqueologia
O arqueólogo
transmontano João Fonte, doutorado pela Universidade do Minho, mas baseado na
Universidade Exeter, em Inglaterra, desde 2016, é um especialista em sistemas
de informação geográfico e deteção remota, e «foi dos primeiros portugueses
a perceber as potencialidades do varrimento do território por uma tecnologia
(LiDAR) que permite identificar os pontos do terreno sobreposto por todo o tipo
de acidentes, incluindo a vegetação».
João Fonte (homónimo
do signatário deste texto), de quem recentemente já aqui falamos, escreveu que
«Portugal se atrasou na corrida no varrimento do território em contraste com
a Espanha que já vai na terceira cobertura; Grã-Bretanha, há muito que esses
estão disponíveis gratuitamente. (…) Por cá não houve atrasos, como, à boa
maneira autóctone, o concurso público foi embargado. A operação do varrimento
começou finalmente em março de 2024 e prolongar-se-á por mais alguns meses.
Depois, será preciso processar e validar os dados. No início de 2025 houve uma
explosão de interesse por este tema. Cada metro quadrado de território
continental terá uma nuvem de 10 pontos de medição. O leitor que imagine o
potencial».
«A operação
de varrimento de LiDAR começou em Março do ano passado e, até agora, a nível
científico pouco se sabia sobre a chegada dos contingentes militares romanos no
nosso território. Num momento demasiado fugaz no tempo, para a arqueologia este
tema era uma espécie de fantasma».
O signatário
desta nota de leitura lamenta ser leigo na matéria que trouxe a público, num
primeiro apontamento, destinado a conhecer João Fonte. Ambos estamos
ligados à revista Aquae Flaviae, publicação semestral de Chaves, cuja
última edição tem o número 70 e veio a público em junho último, sob a direção
de Maria Isabel Viçoso. Nunca conheci, pessoalmente, este ilustre arqueólogo
que nasceu em Boticas, viveu em Chaves e tem ligações a Montalegre. O facto de
termos o mesmo nome e o mesmo apelido levou-me ao atrevimento de lhe colocar
aquelas dúvidas. Prontamente o fez e abriu-me as portas ao diálogo científico.
Gostaria de
possuir o nível cultural em que ele brilha e promete, ao afirmar que «todo o
território português será varrido por tecnologia de dados», que depois de
analisados revelarão muitas surpresas históricas.
O nº 41 da
revista Aquae Flaviae de Dezembro de 2009, dedicado ao Congresso
Transfronteiriço de Arqueologia, realizado em Montalegre em outubro de 2008,
foi coordenado por João Fonte e incluiu todas as comunicações do evento num
volume de 512 páginas.
No prólogo, da autoria de João Fonte, lê-se que se abriram as páginas à divulgação dos trabalhos que sob a égide do Congresso. A qualidade e o interesse que a trintena de comunicações possibilitou, foi enriquecida, na altura, com o alertar dos congressistas e dos leitores para os varrimentos que, neste momento, a ser feitos em Portugal por tecnologia LiDAR e geofísica.
Barroso da
Fonte
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