JORGE LAGE
Lá conheci o Eng. J. Peixoto,
«Director de Estradas do Distrito de Braga», de competência invulgar. Com pouco
dinheiro, fazia maravilhas nas estradas do distrito. No consulado de J. Sócrates,
apercebi-me dos interesses centralizadores das empreitadas e essa gente anda nas
bocas do mundo em processos judiciais. Determinados grandes grupos arrematavam
as obras, que depois subempreitavam a empresas médias e estas subempreitavam-as,
de novo a pequenos empreiteiros locais. Primeiro, o pequeno empreiteiro empreitava
directamente no distrito e, depois, tinha a montante mais duas mãos que
arrecadavam as fatias maiores dos lucros. Nessa altura, na EN213, descida de S.
Lourenço, terão desenhado mal uma curva, duas vezes. O pequeno empreiteiro via
que estava mal projectada, mas executava se não, não lhe pagavam. Assim, fez-se
e desfez-se duas vezes e só à terceira foi de vez e, assim, terão ganho todos. Na
beneficiação da EN206, de V. P. de Aguiar a Valpaços o gasto na requalificação,
se fosse executada pelo pequeno empreiteiro dava quase para fazer um IC. Assim
o PS tinha de levar o país à falência, cortar salários e pôr-nos na mão da
troika. Aprendi muito sobre segurança rodoviária. Aprendi que nas Autoestradas,
além das duas faixas normais, há a terceira faixa, marcada com um tracejado
duas vezes mais largo do que o normal. São as vias lentas, para serem
utilizadas por veículos em marcha lenta. A maioria dos condutores pensa que
esta via é para todos, mas não é. Normalmente não utilizo a via lenta, a não
ser que vá em marcha lenta. Os condutores, por ignorância, incluindo alguns das
concessionárias das autoestradas, protestam por eu não ir na via lenta. Mas. É
só para os de marcha lenta. Fica o reparo. A «ignorância é atrevida»!
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