(Continuação
da edição anterior)
Antes de falarmos especificamente de Lagoaça, não quero esquecer o grande
estudioso do judaísmo, nomeadamente nordestino, chamado Amílcar Paulo, com
profundas raízes na vizinha freguesia de Fornos. Também o Abade de Baçal, no V
volume, fala nos judeus de Lagoaça.
Para não vos enfadar mais, vamos a Lagoaça.
Na sinagoga do Porto, situada na rua Guerra Junqueiro, o capitão Barros Basto,
criou uma “escola” yechiva, onde vários alunos aprendiam o judaísmo correcto e,
após a sua formação, eram distribuídos pelas várias comunidades, sobretudo do
interior do pais, para aí ensinarem os judeu marranos o autêntico judaísmo.
Para esta zona de Trás-os-Montes veio o Reverendo Moisés Abrantes, natural da
Beira (do Fundão ou da Covilhã). Eu tive o privilégio de conhecer pessoalmente
o Moreh Rev. Moisés Brito Abrantes. Foi num encontro histórico, realizado em
Trancoso, nos finais dos anos 80, sobre os judeus nas Beiras. Nas
apresentações, eu referi que vivia em Mogadouro. Foi então que vi um ancião de
cabelo completamente branco que, ao ouvir a minha residência, arregalou os
olhos, num misto de espanto e de saudades. Então, num intervalo, ele disse-me
“-Sabe? Eu já ensinei em Lagoaça e Vilarinho dos Galegos…”. Fiquei espantado…e,
logo trocamos endereços e telefones. Soube, mais tarde que tinha uma livraria
no Fundão (onde então residia) e que tinha vários livros publicados. Mandei vir
os seus livros, pois pensava que falariam da sua experiência nas nossas terras
mas, para desgosto meu eram de poesia…
FONTE: https://www.mdb.pt/opiniao/antonio-pimenta-de-castro/obra-do-resgate-dos-marranos-em-lagoaca-0
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