segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

A obra do resgate dos marranos em Lagoaça (2)

(Continuação da edição anterior)


Antes de falarmos especificamente de Lagoaça, não quero esquecer o grande estudioso do judaísmo, nomeadamente nordestino, chamado Amílcar Paulo, com profundas raízes na vizinha freguesia de Fornos. Também o Abade de Baçal, no V volume, fala nos judeus de Lagoaça.
Para não vos enfadar mais, vamos a Lagoaça.
Na sinagoga do Porto, situada na rua Guerra Junqueiro, o capitão Barros Basto, criou uma “escola” yechiva, onde vários alunos aprendiam o judaísmo correcto e, após a sua formação, eram distribuídos pelas várias comunidades, sobretudo do interior do pais, para aí ensinarem os judeu marranos o autêntico judaísmo. Para esta zona de Trás-os-Montes veio o Reverendo Moisés Abrantes, natural da Beira (do Fundão ou da Covilhã). Eu tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Moreh Rev. Moisés Brito Abrantes. Foi num encontro histórico, realizado em Trancoso, nos finais dos anos 80, sobre os judeus nas Beiras. Nas apresentações, eu referi que vivia em Mogadouro. Foi então que vi um ancião de cabelo completamente branco que, ao ouvir a minha residência, arregalou os olhos, num misto de espanto e de saudades. Então, num intervalo, ele disse-me “-Sabe? Eu já ensinei em Lagoaça e Vilarinho dos Galegos…”. Fiquei espantado…e, logo trocamos endereços e telefones. Soube, mais tarde que tinha uma livraria no Fundão (onde então residia) e que tinha vários livros publicados. Mandei vir os seus livros, pois pensava que falariam da sua experiência nas nossas terras mas, para desgosto meu eram de poesia…

FONTE: https://www.mdb.pt/opiniao/antonio-pimenta-de-castro/obra-do-resgate-dos-marranos-em-lagoaca-0


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