sábado, 12 de outubro de 2024

A princesa Joana da Arménia e Bragança


Num belo texto no Mensageiro de Bragança com pano de fundo a “Torre da Princesa” em Bragança, Manuel Cardoso relembra a lenda da princesa Joana da Arménia na Idade Média.

https://www.mdb.pt/opiniao/manuel-cardoso/braganca-e-coisas-com-categoria-joana-ainda-hoje-princesa

 

Da nossa parte, deixamos isto:

No primeiro livro de linhagens de Portugal que se conhece, o Livro Velho das Linhagens, provavelmente escrito no Século XIII, aparece uma referência a um “afilhamento forçado”, cometido por um Cavaleiro/Abade, Conde Mendo Alam, que no Mosteiro de São Salvador de Castro de Avelãs, teria hospedado uma princesa Arménia em peregrinação a Santiago de Compostela. E ali se lê, na parte dedicada à linhagem dos Braganções (uma das cinco principais linhagens existentes no Século anterior à fundação do reino) que “D. Mendo Alão de Bragança filhou por força uma filha do Rey da Arménia que hia em romaria a Santiago e fez nela D. Fernão Mendes, o Velho e D. Ouriana Mendes”.

Já noutro apontamento de linhagens, conhecido por Fragmento, encontra-se notícia do mesmo acontecimento: “D. Alam foi clérigo e filho-dalgo (fidalgo), e filhou a filha d’El Rey da Arménia, quando ia em oração a Santiago e foi sa hospedada em São Salvador de Castro de Avelãs.”.

Porém, no Nobiliário do Conde de D. Pedro de Barcelos (Século XIV), a parte dedicada à linhagem dos Braganções (Título 38) começa justamente com o referido Mendo Alão, que dá como casado com Dona Francisca (que não parece ser a tal princesa Joana da Arménia), ambos pais de Fernão Mendes de Bragança, o Velho e de Ourana Mendes de Bragança.

Através destas “fontes”, ao longo dos tempos foram aparecendo estudos e comentários, colocando a probabilidade deste episódio fundador da Casa dos braganções ser verdadeiro. Uma Casa ímpar na nossa História.

Um deles foi feito na Argentina por um genealogista e jornalista do jornal “La Nacion” de Buenos Aires, Narciso Binayan Carmona. O estudo, publicado em 1978, intitula-se “Uma princesa Arménia en Compostela en el siglo XI. Su Genealogia”.

Cada um pode pensar o que quiser, mas quando se fala em História, as fontes não são lendas nem mitologias, são factos…

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