sábado, 5 de outubro de 2024

A farsa da “negociação” do Orçamento

 

1 - Esta “negociação” do Orçamento, que os órgãos de comunicação social (afecta aos xuxas) nos querem impor, é uma farsa. Os valores de “negociação” são irrisórios – 0,2% do valor total (cerca de 300 milhões de euros!).

O que se está a “negociar”? O IRS Jovem e a descida do IRC.

Não iremos aprofundar a questão porque não somos especialista na matéria. Mas entendemo-la perfeitamente para fazermos um determinado juízo de valor sobre a mesma.

A descida do IRC deixamo-la para quem percebe da coisa a fundo, quanto ao IRS Jovem daremos a nossa opinião, porque pode ser sustentada em princípios universais.

Sustentada em princípios universais a proposta do Governo não é correcta porque a descida de impostos deve ser para todos e não para alguns. Mas como há sempre um “mas”, se contextualizarmos a coisa no tempo histórico (como nunca o PS faz), o IRS Jovem apresentado pelo Governo faz sentido, mesmo em termos de princípios universais, se for considerado o objectivo do mesmo. Qual é então o objectivo do Governo? Fixar os jovens altamente qualificados na geografia portuguesa. Segundo este objectivo, o Governo está coberto de Razão.

2 – O PS, aquela “seita” do costume, viu aqui uma forma de gesticular. Como percebeu que o PSD (melhor dizendo, AD) nunca governaria por duodécimos (que era aquilo que esta seita pretendia para fragilizar o Governo), agarrou-se a estas duas medidas para impor uma governação à sua medida.

E então, fez “finca pé”, sobretudo, na questão do IRS Jovem, porque havia sustentação filosófica, fundamentada nas medidas universais (mas sem contextualizar o tempo histórico). Perante isto, salientamos no ponto três a hipocrisia do PS!

3 – O PS resolveu não aceitar a proposta do Governo sobre o IRS Jovem, fundamentando-se nos Princípios Universais (apenas, sem considerar o contexto histórico, como é seu costume, lançando para a frente a ética republicana, como se houvesse várias éticas!).

Pedro Nuno Santos e os acólitos que o acompanham neste PS (incluindo os komentadeiros que aparecem nas televisões, como Galamba, e o próprio dr. Costa), pertenceu a dois governos liderados por José Sócrates. Nesses governos, como todos nos lembramos, a classe do professorado foi atacada como nunca, por Maria de Lurdes Rodrigues (a grande responsável pela actual falta de professores nos ensinos básico e secundário e pela também actual miserabilidade existente no sistema, baseado nesses tempos em que foram ao Chile copiar o modelo).

Nesse tempo, o PS além de ter cometido afrontas legais à Constituição (à moda soviética), enterrou a cabeça na areia, como a avestruz, em relação aos Princípios Universais:

a)  Desceu de categoria milhares de professores. Ou seja, professores que, unicamente pelo seu mérito tinham atingido, por exemplo, o 9º escalão, viram-se despromovidos, à moda soviética, para o 8º escalão.

b)      Além desta patifaria (descer de categoria os docentes) criminosa, a uns docentes despromoveram-nos 1 escalão, a outros 2, e por aí adiante.

4 - O Governo, em nossa opinião, não deve ceder mais nada. Ou essa seita aceita a primeira contraproposta, ou então, as eleições que sejam o próximo horizonte. Porque a ratoeira está montada. O governo que não caia na esparrela de ceder até onde essa seita pretende, com a ideia de que irá governar, pelo menos, dois anos e meio pelas circunstâncias legais da Constituição. Se ceder vai conseguir isso. E depois? Ninguém se lembrará que estas medidas são xuxas… A memória dos latinos é curta, a dos Portugueses ainda mais.

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