Na
Ucrânia, dois jornalistas viajaram por um país em guerra a recolher testemunhos
de quem combateu, sofreu e integrou o grupo Wagner, a máquina de guerra de
Putin.
Quando Rui Pedro Antunes e João Porfírio estavam
prestes a iniciar uma grande reportagem sobre o Grupo Wagner, o avião onde
seguia Prighozin explodiu nos ares. A essa hora, estavam em Kiev, na mesma sala
que Volodymyr Zelensky, e receberiam a notícia da morte do líder do Grupo pouco
depois, enquanto atravessavam a praça Maidan, local onde a guerra começou antes
de haver guerra. A partir daí, iniciou-se a busca que dá origem a este livro,
bem como uma viagem de mais de três mil quilómetros por um país em guerra.
Percorrendo a Ucrânia, os dois jornalistas
procuraram os relatos de quem combateu, sofreu e integrou o diabólico Grupo
Wagner. Passaram por Utkin, a terra do homem que deu nome à máquina de guerra
de Putin; no Donbass, conheceram num esconderijo o comandante Ahmed, que sonha
marchar até Moscovo; Valkyria, enfermeira dos Azov, contou-lhes como tenta
abstrair-se quando tem de tratar um Wagner; Bogdan Zikratiy e Yurii Ruban foram
capturados pelo Grupo a caminho de Bakhmut e torturados; Tamara Nesterova fugiu
depois de uma bomba destruir o quarto da irmã e refugiou-se perto de Kiev, onde
Ihor Huskov, ex-alta patente das secretas ucranianas, promete não dar descanso
aos membros do Grupo; e Vladislav Izmailov, que foi um combatente Wagner,
partilhou como passou a lutar pela Ucrânia.
Agora, Yevgeny Prigozhin pode já estar morto, mas
estas histórias, contadas na primeira pessoa, continuam a ressoar. E tanto na
Ucrânia como fora dela, ninguém esquece os Wagner.
Comentário Wook
https://observador.pt/especiais/wagner-dentro-da-maquina-de-guerra-de-putin/
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