MEMÓRIAS DE BARROSO
Há muito, há muito tempo
Quando não havia assento
De posse e propriedade
Um fidalgo abastado
Cavalgava bem montado
Pelas terras da sua herdade.
Talvez perdido quem sabe
Ou de própria vontade
Embrenhou-se num pinhal
Onde ao acaso foi dar
Com um homem a roçar
Um extenso matagal.
Perguntou senhorial
De quem era aquele Touçal
Ao humilde trabalhador
Que em vénia lhe respondeu
Tirando o seu chapéu
É vosso roço Senhor.
Neste arcaico português
Pode residir talvez
A origem de Barroso
Terra conquistada aos mouros
Das bravas lutas de touros
E do presunto famoso.
Que é feito de ti Barroso
Do teu povo valoroso
Orgulho da nossa terra?
Não há ninguém a roçar
Nem tão pouco a passar
Já nada é como era.
Felizes os que nasceram
E aqui permaneceram
Neste bendito torrão
Mesmo em tempo de guerra
Se cultivardes a terra
Em Barroso há sempre pão.
Salto outubro de 2002
Júlio F. Vaz de Barros
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