quarta-feira, 31 de julho de 2024

O Homem que mandou matar o Rei D. Carlos


JORGE  LAGE

É o último livro do historiador, jornalista e arquitecto, José António Saraiva, editado pela Gradiva, em 2024, com mais de 540 páginas e com 671 citações bibliográficas, o que por si só é impressionante e indicativo do rigor do autor para com os factos históricos. A capa reproduz uma fotografia da Família real e a contracapa outra foto sobre o regicídio. As várias fotos pertencem ao acervo do autor. Na contracapa ficamos a saber que foi uma célula da Carbonária, a «Coruja» e composta por três pessoas: os monárquicos José Alpoim e o Visconde da Ribeira Brava e o republicano (conclui o autor com uma longa investigação) Afonso Costa. Terá sido Afonso Costa o mandante e que terá sumido o processo judicial do regicídio e, ainda, uma cópia que o Dom Manuel II levou para Inglaterra. 

A «Coruja» planeou o assassínio do rei Dom Carlos e da família real. As três organizações responsáveis pela queda da monarquia: a maçonaria, a carbonária e o Partido Republicano (também os monárquicos descontentes). «As reuniões de preparação do atentado tiveram lugar nas águas-furtadas de um prédio situado nas Escadinhas da Saúde, na Costa do Castelo, ao Martim Moniz, onde morava o regicida Manuel Buiça (nascido em Bouçoais – Valpaços) com dois filhos e a sogra» Pessoalmente, acredito que se tivéssemos uma monarquia parlamentar, não teríamos passado por uma ditadura de 40 anos. O rei Dom Carlos era um grande oceanólogo, um bom pintor, era muito tolerante com os que o atacavam. O autor dá-nos a conhecer, em pormenor, como vivia a família real e a confusão que reinava, a fazer lembrar um pouco as lutas liberais entre absolutistas e liberais. Para quem gosta de conhecer melhor a nossa História Contemporânea é um livro obrigatório e que se lê como um romance. José António Saraiva já nos vem habituando com os seus livros de História contemporânea onde nos dá a conhecer, em pormenor, Oliveira Salazar e Marcelo Caetano. Sinto um grande orgulho e proveito em ler os seus textos jornalísticos independentes e os seus livros, escritos com um grande rigor e muito bem documentados.    


 

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