terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Decano dos Jornalistas Portugueses confessa-se

 


Carta / Circular
para um jornal onde colaborou o Decano dos Jornalistas Portugueses


Caro (a) Diretor (a)

Dia 24 do corrente João Barroso da Fonte completou 71 anos de jornalismo activo e ininterrupto, ora na imprensa regional, ora na dita nacional.
Segundo Alexandre Parafita, em artigo no JN do dia 23/6/2023, ele passou a ser o “Decano dos Jornalistas Portugueses”, após a morte do confrade Eduardo Pinto Soares, que fundou e dirigiu o Jornal de Matosinhos, depois de regressar de Moçambique, onde dirigiu dois diários. No total de tempo rondou os 68 anos de jornalismo.
Barroso da Fonte iniciou a sua atividade no semanário a Voz de Trás-os-Montes, em 1953. O que conta para chegar a «decano» é o tempo que decorre entre o 1º e o último dia e ano, desde que se gaste nessa actividade, seja hobby ou profissão, ininterruptamente.
Acabou de completar 71 anos e de revalidar a sua carteira profissional (nº C-2473), por mais 2 anos. Na qualidade de seu biógrafo, procurei e consegui identificar 1899 recortes de jornais no seu vasto arquivo pessoal, que vão na lista em anexo, que envio apenas para ajuizar do volume de órgãos de imprensa a que esteve ligado.

Tomei a liberdade de procurar o endereço eletrónico de alguns jornais onde colaborou e que ainda existem, sobretudo da imprensa regional, para mandar esta «carta/circular» com a explicação que devo dar aos próprios directores ou seus representantes.
Saúdo os responsáveis que ele possa ter conhecido neste intervalo de 71 anos e/ou aqueles que hoje possam tê-los substituído.

Sendo igualmente jornalista, escrevo a nota de leitura que segue em anexo e que poderá (ou não) ser publicada, caso seja do vosso interesse, acerca do papel do Decano que é uma figura comum a todas as profissões. Numas funciona como referencial da classe, noutras como representante sindical, noutras ainda como pai-avô que dá rebuçados na Páscoa ou prendas mais vistosas pelo Natal.
Em nome da imprensa e sempre contando com a solidariedade do jornalista mais velho em atividade, subscrevo-me

João Pedro Miranda
(CPJ nº C-4523)


PS: Contacto do Decano dos Jornalistas
Barroso da Fonte
barrosodafonte@gmail.com
Telm 919632633 / Telf 253 412319.




Decano dos Jornalistas Portugueses confessa-se

Barroso da Fonte celebra este mês 71 anos de actividade permanente.

 

No preciso dia 24 de Janeiro de 1953, o semanário «A Voz de Trás-os-Montes» publicou uma notícia de 20 linhas, assinada por «C» de correspondente, referente a um ato religioso na Igreja de Meixedo, lugar de Codeçoso, concelho de Montalegre.

Em 2014 o coronel Dias Vieira, em parceria com o jornalista João Pedro Miranda, apresentaram o livro: «Barroso da Fonte: 60 anos de Jornalismo de causas e casos», ilustrando, na página 26, o texto da referida notícia e o logótipo daquele jornal.

Dias Vieira escreveu ipsis verbis: «Com doze anos rumou ao seminário de Vila Real, o liceu dos pobres, mas rico na cultura que transmitia aos que o frequentavam. Foi com 13 anos e ainda no 1º ano de seminário que se estreou como jornalista. (..) Esta notícia concisa, simples e ainda sem floreados, marcou o ponto de partida da carreira que, em 24 de janeiro de 2013, completou 60 anos de exercício ininterrupto».

Em 2014 já Barroso da Fonte, nascido em Montalegre em Fevereiro de 1939, tinha dado a volta aos cantos do mundo geográfico que percorreu em três continentes: Europa, América e Ásia. Desde inspetor da Barragem de Pisões, a oficial miliciano (ranger) em Angola, a fiscal do Ministério do Trabalho, no tempo do PREC; a diretor da Comunicação Social da Zona Norte; a vereador eleito da Câmara Municipal de Guimarães, com os pelouros da Cultura, Educação e Turismo; a conservador e diretor do Castelo da Fundação e do Paço dos Duques de Bragança; e, durante 8 anos, professor no Instituto de Estudos Superiores de Fafe; nunca deixando de manter, diariamente, a colaboração jornalística, ora nos diários: Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Diário Popular, Diário do Norte, Diário do Minho, Província de Angola, Revista Notícia, Primeiro de Janeiro, ora em dezenas de outros semanários, quinzenários, mensários e, sobretudo, revistas literárias, suplementos culturais e, mais recentemente, blogues.

O escritor e o jornalista que soma 64 títulos de livros, de várias temáticas: científicas, monográficas, ambientais, desportivas, místicas, romanescas, lúdicas, recreativas. Nem sempre o escritor e o jornalista se conjugam no mesmo tom, na mesma semântica e no mesmo âmbito interpretativo. Este diverge do âmbito generativo.

Barroso da Fonte, nos 71 anos de jornalismo ininterrupto, tentou e conseguiu conciliar os dois âmbitos, que Ana Cristina M. Lopes, identificou no seu estudo «Fronteiras entre Semântica e Pragmática: algumas reflexões» (Coimbra): «a Semântica constrói como objeto de conhecimento o significado constante das expressões linguísticas, cuja apreensão apenas activa a competência linguística dos falantes de uma comunidade. Assim, é à semântica que compete descrever e formalizar o conhecimento (intuitivo) que os falantes de uma língua têm acerca do significado explícito e convencional das expressões dessa língua, bem como das relações de significado que sustentam entre si, nos planos lexical e frásico (ou proposicional). Por outro lado, a semântica procura ainda captar um outro aspecto».

Quando Dias Vieira e João Pedro Miranda assinalaram os 60 anos de jornalismo de Barroso da Fonte não se previa que, onze anos depois, se decidissem a produzir um segundo volume, para reafirmar a capacidade, a irrequietude e esse acréscimo laboral que, automaticamente, lhe garante, até à sua morte, o epíteto de Decano dos Jornalistas Portugueses.

Coincidiu esta nova data com os dois meses de Janeiro e de Fevereiro de 2024, com a Global Média, que foi dos maiores grupos de sempre da democracia, e também com o 5º Congresso dos Jornalistas. Tal confusão trouxe à ribalta o papel daqueles que prestam relevantes serviços às sociedades mundiais. Os jornalistas do hemisfério têm sido parceiros dos militares da frente de todas as guerras. Homens e mulheres de todos os conflitos, arriscam a vida para serem os primeiros a informar a retaguarda. Poderiam alegar razões para se furtarem aos maiores perigos. Nada disso. Contudo, são pagos a valores ridículos e a deshoras.

Barroso da Fonte, ao contrário de muitos e excelentes jornalistas que se reformam ao fim de 40 a 50 anos, teimou em manter-se, durante 71 anos, ao serviço do jornalismo, tendo, agora, renovado a carteira profissional por mais dois anos.

Foi outro ilustre Jornalista, Alexandre Parafita, que, em 23 de Junho de 2023, no Jornal de Notícias e, com o seu faro de investigador, revelou essa comenda online que foi acrescida ao seu curriculum vitae.

 

João Pedro Miranda

        CP. 4543


Segue a lista de jornais e revistas onde Barroso da Fonte escreveu:

3 comentários:

  1. ISTO AQUI, EM PORTUGAL, SÓ DÃO MEDALHAS OU HOMENAGEIAM AQUELE QUE PREVARICA!- SE FOR PESSOA DE VALOR E QUE ORGULHE A RAÇA, É TRATADO COM SIMPLES INDIFERENÇA ... OH TERRINHA ...!- CAMÕES PORQUE TE ESFORÇASTE TANTO-- QUASE NEM FALAM DE TI...

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  2. JUSTA HOMENAGEM A UM DOS HOMENS MAIS CULTOS QUE JÁ CONHECI E COM QUEM TENHO O PRIVILÉGIO DE PARTILHAR MOMENTOS DE ELEVADA CULTURA E AMIZADE. FUNDOU O JORNAL «VOZ DE GUIMARÃES» QUE DURANTE A SUA EXISTÊNCIA FOI O MAIS ISENTO E MELHOR MEIO DE COMUNICAÇÃO, A PARTIR DA CIDADE BERÇO E O «POETAS & TROVADORES » PARA OS QUAIS TIVE A HONRA DE COLABORAR. ESTÁ NA HORA DE UMA AÇÃO POLÍTICA QUE IMORTALIZE O GRANDE HOMEM E SUA OBRA. PARABÉNS E UM BEM HAJA POR TODO O TRABALHO QUE GENEROSAMENTE TEM PRESENTEADO TODOS OS PORTUGUESES. EM GUIMARÃES NASCEU PORTUGAL E A OBRA DE BARROSO DA FONTE

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  Jorge Lage, in: Noticias de Mirandela