terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Aos filhos ...

 

Por Maria da Graça

 

JOÃO DE DEUS RODRIGUES

À Memória do Meu Filho:

João Carlos Luís Rodrigues

 

Agora, meu filho,

No Esplendor da Luz Eterna,

Para além da penumbra do Tempo,

Imagino-te no Reino de Deus,

A brincares com crianças

Na palma da tua mão.

 

Mas, mesmo assim,

A tua ausência faz-me doer o coração.

 

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À minha filha:

Ana Sofia Luís Rodrigues

 

Um dia, minha filha,

Um dia que há-de vir,

Quando todos forem como tu és,

A Mãe-Natureza há-de sorrir.

E as aves, em liberdade,

Com a sua graça e arte,

Cantarão por toda a parte!

__________//_______________

 

O JARDIM DO RAPAZ DE BRONZE

 

Recordo-me, com saudade,

Embora o tempo já vá longe,

De nos sentarmos sorridentes,

No jardim do rapaz de bronze.

E de ele, com o olhar fixo em nós. à sua frente,

Ver-nos de mão dada,

Na luz brilhante e fulgente,

Do murmurar de uma noite estrelada,

Quando éramos francos nas palavras,

E nos gestos comedidos.

Mesmo, perante o fogo da paixão,

Que ateava o impulso dos sentidos,

Ao bater do coração.

 

Eram tempos da mocidade florida,

Que nem as sombras esvoaçando,

Embaraçam o rubor das cantigas,

Dos namorados ao luar trovando...

 

E sobre nós, atentas e serenas,

Observando a nudez das nossas almas,

Crepitavam estrelas ao longe,

Ao ritmo do nosso beijo apaixonado,

Diante do rapaz de bronze,

Que nos observava,

Com ciúme desmesurado,

Tentando compreender a nudez

 Do nosso enlevo apaixonado.

Nessa noite quente de verão,

Quando a paixão sufocava as palavras:

Amo-te, amor do meu coração.

 

E a nossa inocência se quebrou,

Diante do rapaz de bronze,

Que ofegante nos acenou,

Quando nos despedimos dele,

Depois de ter presenciado,

Com emoção,

O nosso primeiro beijo apaixonado,

Nessa noite quente de Verão.

 

In O Acordar das Emoções -João de Deus Rodrigues

 

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