Claro que este tempo de
castanhas e de magustos pede sempre bilhós, nem que sejam os da nossa meninice,
em família e em vizinhança.
«Os bilhós da minha infância», é um dos belíssimos textos da «Antologia da Maria Castanha - Quem me dera cá o tempo», do escritor, Doutor Armando Palavras, e que a mondinense Maria da Graça seleccionou para postar no blogue «tempocaminhado».
A antologia «Quem me dera
cá o tempo» só participaram os autores que cumpriram as regras pré-definidas e
por mim impostas. Uma das traves mestras deste conjunto de textos era que estes
não fossem além duma página A4. Este era o grande desafio, para além da
qualidade e não tivessem erros científicos quando abordassem a
castanha/castanheiro.
Alguns ultrapassaram a
dimensão acordada e devolveram-se para serem podados. Outros leram-se e
releram-se e porque estavam mais extensos, mas tão bem lavrados e em terra tão
fértil, que pensamos: se lhes corto alguma palavra empobreço-os e privo os
leitores destas flores de castanheiro de odor intenso, prelúdio de bons frutos.
Depois da antologia vir a
público, um ou outro autor disse da sua justiça, porque não leu bem os
demais textos e se centrou mais no seu umbigo.
Um dos textos mais
extensos foi o da Maria da Graça Borges, «O Castanheiro guardou segredo»
(p.106), um dos mais belos textos da Antologia da Maria Castanha e que eu
gostaria de ver publicado no blogue. Foi dos que mais me tocou. Atrevo-me a
dizer que é um dos belos que qualquer bom escritor não desdenharia de o tomar
por modelo.
Depois disto desafiei a
Maria da Graça Borges a escrever um livro das suas melhores vivências ao longo
da vida, mas a resposta foi negativa, preferindo promover os bons autores
transmontano-alto-durienses.
Hoje, ao abrir o blogue
tempo caminhado, dou com «os bilhós da minha infância», um texto carregado de
memórias do autor-menino, da Lagoaça raiana, Armando Palavras.
Os textos «não se medem
aos palmos» e, por isso, o nosso sábio povo plasmou-os em curtas frases,
encerrando neles autênticos tratados filosóficos, no dizer do nosso grande
Miguel Torga.
Obrigado aos amigos,
Armando Palavras e Maria da Graça, a quem tanto devo (ambos duma amizade sem
limites) e que tanto têm feito pelos autores e pelas letras transmontanas.
Jorge Lage.
Isto agora, todo o bicho careto se bota a escrever. Há por aí muitas "carolinas salgadas..." - Depois, em vez de se aprender com a leitura -desaprende-se. É melhor a senhora se ficar pelas divulgações que é mais proveitoso para todos...
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