segunda-feira, 20 de novembro de 2023

O castanheiro e a castanha lembram o roque e a amiga

 

Dia 23 do corrente, pelas 18H00, um dos maiores estudiosos da Castanha e do Castanheiro, Jorge Lage, marcará presença, na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa (no Campo Pequeno) para apresentar o seu mais recente livro. «Diziam os antigos...». A entrada é livre e estão convidados os amigos e interessados.

Já em anos anteriores, na altura certa do S. Martinho, em Mirandela, nas Casas de Trás-os-Montes, de Lisboa e de Braga foram apresentados o quinto livro sobre «o Castanheiro e a Castanha», obra que reuniu 318 quadras populares, cujos autores, fontes e datas foram, metodologicamente, mencionadas.

Jorge Lage é Mirandelense, licenciado em História e oficial miliciano, com a patente de Coronel que na vida profissional ocupou, através da DREN nobres funções públicas, na Região Norte. Essa dispersão operacional acometeu-lhe tarefas na área da florestação e, por simpatia, na especificidade do Castanheiro. Na pausa da terceira idade, deparamos com o modelo ideal de Transmontano: Família, Árvores e Livros. Se não há homens perfeitos, aceitemos essa certeza: a perfeição no que o homem pode fazer. E aqui posso garantir que Jorge Joaquim Lage – o Transmontano que aqui me traz – nasceu em Chelas, freguesia de Cabanelas, concelho de Mirandela em Junho de 1948. Estudou no Colégio da Boavista, em Vila Real, em cujo liceu teve passaporte para a vida militar e académica, licenciando-se na Universidade do Porto.

Como Técnico Superior do Ministério da Educação, especializou-se em Património Cultural e da Segurança das Escolas, incluindo o Curso de Informática da Universidade Portucalense. Foi professor com funções técnico-pedagógicas na Educação de Adultos (1981-1993), ficando ligado à Extensão Educativa e ao PRODEP. Colaborou com o projeto Minerva da UM e membro executivo da Comissão Organizadora de Alfabetização de Braga, onde foi delegado Distrital de Segurança nas Escolas desde 1994 até se reformar. Aí liderou o movimento fundou a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de que é o Sócio nº 1. Cumpriu o serviço militar na Guiné, passando a disponibilidade como capitão do quadro Permanente.

Mas um Transmontano que vem ao mundo para se fazer homem-Homem. Mas não faz apenas aquilo que apetece fazer para merecer o pão que come. Fez muito mais. E é esse «muito mais» que traz a esta crónica quinzenal na imprensa de Trás-os-Montes: uma panóplia de artigos informativos sobre a mais diversificada matéria florestal, alimentação, preocupações com a segurança, conselhos agrícolas etc.

Possivelmente pela importância de fauna e da flora, Jorge Lage dedicou especial atenção à Castanha e ao castanheiro. Poucos profissionais da floresta terão sido tão propensos ao estudo, recolha e promoção deste património tão popular como utilitário.

São já seis obras que colocou no mercado livreiro, sobre este tema. Mas são obras com selo de garantia, porque não resultaram de divagações fortuitas ou cogitações casuístas. Para falar de um tema tão nobre, tão acessível à humanidade e tão popular teve o cuidado de aprender primeiro e falar depois. E não se limitou a falar daquilo que se faz na sua terra. Correu mundo. E do que viu e ouviu depurou o sumo, em prosa e em verso, recolheu e aprimorou receitas, deu conselhos e selecionou quadras populares, devidamente anotadas e localizadas, numa coletânea a que Romanceiro da Castanha. Trabalho raro, eventualmente único que certifica o seu autor como especialista universal. Mais uma próxima apresentação desta meia dúzia de obras, em que o distinguem, na temática do castanheiro e da castanha. Mas não só como é exemplo deste Diziam antigamente...

Barroso da Fonte


1 comentário:

  1. O Dr.Jorge Lage é simplesmente a "MEMÓRIA IMATERIAL" do nosso País. Graça a ele vamos tendo História, futuramente. Olha se estivéssemos fiados na história política - já não estávamos no mapa !...

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