Por BARROSO da FONTE
Será dia 1 de Abril que a Câmara Municipal de Valpaços
vai fazer justiça ao seu mais ilustre filho: Adérito Medeiros Freitas.
Este samaritano da cultura Portuguesa vai dar sentido ao Pavilhão Cultural de
Valpaços que marcará no bronze o seu honrado nome.
Para que essa homenagem tenha mais visibilidade, a
autarquia escolheu um dos mais concorridos dias do ano: a Festa do Folar.
E não é por engano que a homenagem vai ocorrer no dia
dos enganos. Essa progressiva cidade é sede de um dos mais ricos concelhos do
distrito de Vila Real.
Licenciado na Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto, no curso de Ciências Geológicas. Já como Professor matriculou-se na
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra aí realizando os exames da
cadeira de Ciências Pedagógicas.
Começou a lecionar no ensino secundário no Liceu Alexandre Herculano, no Porto e passou pelas seguintes cidades: Portimão, Faro, Beja, Chaves, Aveiro, Angra do Heroísmo e Guimarães, onde terminou a sua brilhante carreira, no ano letivo de 1997/1998.
Em todas as cidades por onde passou, deixou um rasto de bondade, de simplicidade, de civismo e de dedicação às causas culturais em que era perito. No Liceu de Guimarães deixou uma espécie de museu, de que tratava e enriquecia como se fosse coisa sua.
Foi sócio, por muitos anos, da Sociedade Portuguesa de
Ciências Naturais; da Associação Portuguesa de Geólogos; da Sociedade
Portuguesa de Antropologia e Etnologia; Sociedade Martins Sarmento; Associação
Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia; Grupo Cultural Aquae Flaviae.
Com todas estas instituições culturais, Adérito Medeiros Freitas foi um
dedicado colaborador e conselheiro.
Desde muito cedo colaborou, de perto, com o saudoso arqueólogo Prof. Doutor J. Rodrigues dos Santos Júnior, em trabalhos de investigação arqueológica, desde 1794. Adérito Freitas brilhou em tudo o que teve a ver com a cultura castreja, em Trás -os-Montes e Alto Douro.
Desde os estudos dos vários Castros de Barroso, às muitas campanhas de Curalha (Chaves) até à elaboração da Carta Arqueológica do concelho de Valpaços, conseguiu ultrapassar, em tempo e em número de obra escrita, publicar, em parceria com a Câmara Valpacense, 26 livros, científicos, que valorizaram a região. Em média, cada um dos 26 livros, devidamente ilustrados com a média de 300 páginas cada um, somará 7.300 páginas. É um trabalho hercúleo que Adérito Medeiros Freitas produziu no levantamento arqueológico do concelho em que nasceu.
Adérito de Freitas dirigiu, com outros investigadores da região, como o Padre Adolfo Magalhães e o Prof. J. R. dos Santos Júnior, várias campanhas arqueológicas no castro de Curalha.
Tem este concelho boas razões para perpetuar o nome deste seu cidadão, num momento feliz porque trabalhou uma vida inteira, ensinando aos seus alunos e aos populares, como viviam os povos que por aqui passaram. Como viviam, que ferramentas utilizavam, como se orientavam nos horários, se abrigavam, de noite e que produtos procuravam para a alimentação.
Foi uma vida cheia que este Valpacense utilizou nos 90 anos de vida que
viveu para benefício da sociedade. E não consta que cobrasse qualquer
compensação, por todo esse trabalho, que usasse transporte ou ferramentas
alheias.
Vou estar atento ao Presidente da República, para ver se atribui a medalha da cultura a este arqueólogo, geólogo e etnógrafo. E também à RTP para ver se dá voz e imagem a este especialista que tem muito a ensinar aos Portugueses.
Barroso da Fonte
O Sr.Presidente da Républica, com os sobressaltos que tem com os ministros todos do Governo PS, esquece-se se deitar os olhos ao "Norte" e aos valores que por lá abundam...
ResponderEliminarDão-se medalhas e comendas a todos que saltam bem, que nadam bem, que passam bem a bola, mas, a cultura pelo norte aparece pouco nos gráficos, até nos do Dr. Marques Mendes, que eu espreito impreterivelmente !
Até Barroso da Fonte tem uma grande e valorosa carreira, a nosso ver, que já pede uma medalhinha... -por exemplo ...