sábado, 31 de dezembro de 2022

Bábi Iar

 


Em setembro de 1941, as tropas nazis conquistaram Kiev. Fascinadas pela elegância dos soldados alemães ou esperançosas na reconquista do exército soviético, as populações dividiram-se. Anatóli Kuznetsov tinha doze anos e assistiu à discordância no seio da própria família. Mas à medida que os dias corriam, tornava-se claro que aquele território estava a ser palco de um crime terrível: os disparos não cessavam, as valas comuns eram abertas, o fumo tomava conta dos céus, e os judeus, os ciganos e quaisquer opositores às regras alemãs desapareciam das ruas. Não existem números consensuais, mas estima-se que mais de 100 000 pessoas terão sido mortas em Bábi Iar, às portas da capital ucraniana, e, durante décadas, quer alemães quer russos tentaram escondê-lo. Em 1961, Kuznetsov submeteu o seu testemunho deste período às autoridades soviéticas e, em 1966, saiu por fim em livro, numa versão fortemente truncada. Apenas após a fuga do autor para Inglaterra, em 1969, seria revelado o texto completo – e é esse que agora, pela primeira vez, se dá a ler em Portugal. Um perturbador retrato da brutalidade da guerra vista pelos olhos de uma criança e uma lição sobre o poder da censura.

 

FONTE: https://www.livrosdobrasil.pt/produtos/ficha/babi-iar/26996222

 

Mas deixemos o próprio Anatóli Kuznetsov dizer de sua justiça, quando elaborou este prefácio para a edição completa que foi publicada em 1970, nos Estados Unidos da América, depois do autor se ter exilado no Reino Unido.

Esta Edição da Livros Brasil, tem origem no livro editado nos EUA. Ou seja, no texto completo, onde são inseridas, a negrito, as passagens que foram censuradas pelos Soviéticos.






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