domingo, 27 de novembro de 2022

Polícias, factos e opiniões

 JORGE  LAGE



O texto «Polícias, factos e opiniões», de José António Saraiva, nas páginas 4 e 5, da revista LUZ, do Jornal Nascer do SOL, de 26/11/2022, deixou-me a pensar com os meus botões que a minha liberdade relativamente ao tempo da ditadura diminuiu bastante, criando uma sensação de insegurança e policiamento do pensamento.

O que diria hoje Carlos de Oliveira, sobre o seu poema, «Não há machado que corte, a raiz ao pensamento,...» (cantado por Manuel Freire), e que no tempo da ditadura cantávamos sem receio?... Mas, é isso que gente iluminada se arroga o direito de nos levar a pensar (os campos de reeducação já não devem estar longe) como eles.

O que diria hoje S. Miller, (citado por um filósofo e professor catedrático português, que muito admiro) quando afirmava que havendo um milhão de pessoas a pensar do mesmo modo e uma pessoa que pensa de forma diferente, o seu pensamento deve ser respeitado como o dos demais.

Ora bem, no tempo da ditadura não podíamos fazer a apologia do comunismo, que alguns autores chamaram de «filosofia da miséria»...

Hoje temos uma série de proibições e ameaças que nos vão cortando a liberdade e, por vezes o próprio pensamento, porque se torna proibido pensar, dizer, ...

Vejam bem! No 25 de Abril centenas de milhares de brancos africanos (alguns com raízes africanas de cinco séculos) foram expulsos de África pela cor da pele. Ao chegar foram recebidos à pedrada e ao pontapé pelos que cá estavam. Esses mesmos brancos. passados anos, começaram a receber bem os africanos de cor escura em Portugal, mas continuam a ser racistas e a maioria dos portugueses somos racistas.

Eu carrego pela vida fora a dor de amigos africanos terem sido chacinados só porque serviram o nosso exército e metem-me no saco dos racistas, como metem todos os humanistas que pensam pela sua própria cabeça, quando têm um pensamento diferente da actual ditadura do pensamento.

Um vindo de África, vivendo à custa dos nossos impostos, grunhiu insultando nos canais da comunicação social os deputados de um partido da direita radical eleitos e, vomitando ódio, não é racista e nem uma recriminação de ter ofendido milhares de portugueses que trabalham e lutam por um Portugal melhor.

O que passou durante a gripe chinesa foi antológico, querer forçar as pessoas a vacinarem-se...

Agora há que crucificar, desautorizar, humilhar os polícias, pelo que pensam e não fazem, e que nos defendem por uma côdea negra.

Mas leiam o texto lapidar do pensador José António Saraiva contra os polícias do pensamento e fiquem-se pelo que quiserem.







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