terça-feira, 5 de julho de 2022

Rainha Santa - Festividades em Coimbra

 

Refrão:

 

Santa Isabel, ó Rainha,

Isabel, ó Santinha,

Vem aos pobrezinhos:

Traz pão, amor e vestidos

Nos olhos doridos

De esposa e de Mãe...

Volta, ó Rainha imortal,

O Rei não fará mal,

Pois praticas o Bem!

 

1. Às escondidas, um dia, a Rainha

Levava esmolas dentro do regaço;

O Rei pergunta onde vai, donde vinha...

Com medo, a Rainha não dá mais um passo!

Responde então a Rainha ao marido

Santas palavras que são mentirosas:

– “Eu, meu Senhor, nada levo escondido,

Passei pelo jardim e trouxe algumas rosas...”

 

2. Fraca mentira a Rainha arranjou,

Pois é Janeiro e rosas nunca há...

O seu marido mais desconfiou

E logo ordenou:

 

                               – “Abra o regaço! Já!“

 

O pão... são rosas... a roupa... são rosas...

As mãos... são rosas... que brancas que são!

Tal é o milagre do pão feito rosas

Que o Rei ajoelha pedindo perdão!...

 

Ver em (livro):

Leonardus, o Profeta - Canções e História da Pátria Antiga (Pág 70-71)

 

Na net:

https://amadora-sintra-editora.pt/produto/cancoes-e-historias-da-patria-antiga/

 

Altino M Cardoso

 

 

No dia 4 de Julho celebra-se O Dia da Rainha Santa Isabel

"Feriado municipal na cidade de Coimbra, 4 de julho é marcado como o Dia de Santa Isabel de Portugal - também conhecida como a rainha santa da concórdia e da paz. Sua história, infelizmente, foi cheia de lutas e tristezas em função da infidelidade de seu marido e das disputas políticas entre as cortes de Portugal e da Espanha.

Em 1271, na Espanha, nasceu uma menina em uma família cheia de santos, imperadores e reis. Com o nome de Isabel, a jovem foi criada pelo avô, Tiago I, porque na época seu pai ainda era príncipe e não tinha tempo para educá-la.

Tiago já havia se convertido ao cristianismo e vivia de acordo com os mandamentos, portanto, criou Isabel com os mesmos ensinamentos, passados por Jesus Cristo. Aos 12 anos, Isabel recebeu três pedidos de casamento e, por escolha do seu pai, casou-se com dom Dinis, futuro herdeiro do trono de Portugal.

Quando foi coroada rainha, a jovem era considerada como a mais bonita da corte, sem contar com sua personalidade amável, que era sempre motivo de elogios e admiração de todos.

A rainha Isabel teve dois filhos: uma menina chamada Constância e Afonso, o novo herdeiro do trono de Portugal. Contudo, o rei vivia traindo Isabel e ela não reclamava das atitudes do parceiro, mas o perdoava de coração, pois acreditava que seu casamento não teria fim, já que foi realizado com a benção de Deus.

Infelizmente, sua filha e genro morreram ainda jovens e a rainha, com toda a sua bondade e amor, criou seu neto na fé cristã.

A vida de Isabel foi marcada por tristes episódios familiares e por desavenças políticas.

Seu filho, Afonso, tinha uma personalidade difícil que gerava comportamentos inadequados aos olhos da mãe. Além disso, a rainha sofreu por um longo período para provar sua inocência sobre uma calunia de um cortesão. Com todos os desafios que a cercavam, Isabel se mantinha fiel aos ensinamentos do cristianismo e utilizava da sua influência para pregar a concórdia e a paz entre os membros das cortes de Portugal e Espanha.

Quando não estava lidando com assuntos políticos, ela cuidava dos pobres e enfermos por meio de sua caridade. A construção do santuário do Espírito Santo em Alenquer, do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra e do mosteiro cisterciense de Almoster foram obras de Isabel. Ela também criou o Hospital dos Inocentes, em Santarém, para abrigar crianças abandonadas. Outras instituições eram ajudadas pela rainha, como hospitais para leprosos, creches e asilos.

Em 1335, com a morte do seu marido, Isabel passou a morar na cidade de Coimbra, em Portugal, no mosteiro das clarissas. Ela abdicou seu título de rainha, entregou a coroa no altar de São Tiago de Compostela e entrou na Ordem Terceira Franciscana. Toda sua riqueza foi dividida entre obras de caridade e, assim, viveu na pobreza até a morte, em 4 de julho de 1336, realizando até o fim trabalhos voluntários com doentes e necessitados.

A mulher de D. Dinis, a rainha Santa Isabel, tornou-se célebre pela sua imensa bondade. Ocupava o tempo a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando doentes, distribuindo esmolas pelos pobres.

Ora, conta a lenda que o rei, já irritado por ela andar sempre misturada com mendigos, a proibiu de dar mais esmolas. Mas, certo dia, vendo-a sair furtivamente do palácio, foi atrás dela e perguntou o que levava escondido por baixo do manto.

Era pão. Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, exclamou:

- São rosas, Senhor!

- Rosas, em Janeiro?- duvidou ele.

De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço - e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.

Em 1665, Santa Isabel de Portugal foi canonizada pelo papa Urbano VIII. Considerada padroeira de Portugal, ela é conhecida por ser a rainha santa da concórdia e da paz por ter pregado esses valores ao longo de toda sua vida".

O meu primeiro terço foi-me oferecido pelo meu avô. É em prata e vem num caixinha de prata com a efígie da Rainha Santa Isabel. Como não sei se as minhas filhas irão ter em conta o valor que lhes atribuo, deixarei disposto que me acompanharão na última viagem.


1 comentário:

  1. Com certeza podemos dizer que em 1282 a Rainha Santa Isabel pisou pela primeira vez solo português, em Maio, dia da Senhora da Ribeira. O facto de a princesa Santa Isabel ter entrado por Quintanilha e ter rezado no Santuário, mudou para sempre a história deste.

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