VERSOS AMACHUCADOS, ainda SEM MÚSICA
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Quando estive em Braga (prefeito no Colégio D. Diogo de Sousa) tive a ideia de guardar tudo num sítio certo. Hoje chamaria a esse sítio uma ‘gaveta’ antiga, pois se foram acumulando manuscritos, rascunhos, pautas, retalhos de texto, moradas, telefones, notas avulsas…
O livro 400 CANÇÕES PRÓPRIAS REUNIDAS, inclui muitas canções desenvolvidas a partir dessa papelada antiga.
Mas, desde a minha “Barcarola Missionária”, a vozes, com solos e coro, composta e apresentada (dura uns 15 minutos) com sucesso ainda em Vila Real, fui-me atrevendo a considerar a ideia de compor uma pequena opereta, onde iria aproveitar e completar esses ‘rabiscos’ e entrelaçá-los no ‘libreto’ dessa opereta.
Em Coimbra o ambiente musical da Tuna deu-me muito alento na produção desses fragmentos mas não tinha hipótese de lhes dar qualquer realização; e as pressões do Curso e as novas responsabilidades e horizontes do “depois…” quase me fizeram esquecer essa vontade tão aventureira da opereta, ou até da publicação de algum trabalho menos complexo.
Já reformado, do ensino e também do Jornal (Amadora-Sintra), resolvi procurar novamente esses papéis e guardá-los em envelopes A4. Conservo-os ainda todos (inéditos ou não) numa caixa das resmas de papel de impressão da Staples.
Entre esses materiais bem numerosos, nem todos aproveitáveis, descobri que havia ali algo de notável, a completar e a estudar, destacando-se muitas e valiosas letras e pautas esboçadas com muitas das músicas que ouvia nos trabalhos da vinha, sobretudo nas vindimas…
A ânsia de recolher mais dessas cantigas do Douro e as estudar o máximo que pudesse, empolgou-me completamente, pois verifiquei que muitas ainda continham as principais características das cantigas do galaico-português estudadas nos liceus.
E saíu deste entusiasmo a máxima Obra da minha vida: o GRANDE CANCIONEIRO DO ALTO DOURO, em 3 grandes volumes, com 1.150 músicas (pautas e letras), 1.920 páginas. (ver mais pormenores neste site)
Entretando ainda bastante papelada inédita permanecia guardada, nomeadamente ideias de cenários, diálogos e também poemas de amor…
E, passados tantos anos desde Coimbra, a ideia da opereta regressou: e entretanto o software informático e a internet têm-se desenvolvido de modo galopante.
Alea jacta est – veremos o que se pode fazer com o que há nesses envelopes-cestos dos papéis, agora serem gravados em computador: e são poesias, muitas canções em embrião, diálogos, cenários, ideias para filmes, PPTs, festas, valsas, marchas, serenatas, cortejos, praxes, desporto, personagens várias… estratégias de palco e sugestões técnicas e informáticas…. um mundo, uma vida.
A edição de livros levou-me a montar e desenvolver um site. Tem textos, livros, notícias, fotografias, músicas, … que agora posso apresentar em letra e também áudio, mp3, pois, num programa especializado, escrevo e gravo a escrita e a harmonização de todas as músicas que escolho para mostrar no site, as próprias, as recolhas e as coleccionadas e traduzidas de várias fontes.
Hoje mesmo (meio de Julho) o site tem uma audiência de quase 100.000 visualizações! É muito bom!
Como é habitual, começamos a apresentar alguns exemplos, anexando também as notas ou didascálias já inseridos nos rascunhos originais.
Altino Cardoso
FONTE: https://amadora-sintra-editora.pt/produto/versos-amachucados/
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