José Milhazes diz que “há putinistas que têm tempo de antena” em Portugal
José Milhazes
O jornalista e historiador José Milhazes é um nome
reconhecido no comentário sobre a Rússia e, desde o início da guerra na
Ucrânia, tem sido uma das vozes mais ativas. Em entrevista ao semanário NOVO, diz que “há
putinistas que têm tempo de antena” em Portugal.
José Milhazes diz que há “idiotas úteis que se deixam
levar pela propaganda de Putin no Ocidente” e que, em Portugal, “também há
generais na reserva, pessoas de alta responsabilidade que ocuparam cargos
importantes na NATO, que agora dizem barbaridades”.
“É preciso ter nervos de aço para ouvir coisas absolutamente
estúpidas e descaradas em que qualquer pessoa que esteja minimamente
informada não acredita”, atira Milhazes.
“Como é que num ecrã de televisão pode um coronel chegar e dizer que as
tropas ucranianas devem pousar as armas e a Ucrânia deve render-se para que não
haja vítimas? Não sei o que este coronel andou a fazer na tropa”,
acrescentou, dizendo que até acha bem que estas pessoas tenham tempo de antena
para “mostrar até que ponto pode ir a insanidade mental — ou
então, a hipocrisia”.
Milhazes entende que a invasão russa à Ucrânia é “uma coisa
absolutamente insensata” por parte da liderança russa.
“Pode ser mais surpreendente a estupidez de Putin do que a atitude que os ucranianos
estão a demonstrar”, atirou, mostrando surpreendido com a dimensão da
resistência dos ucranianos, numa luta que classifica como entre David e Golias.
José Milhazes argumenta que Putin avaliou mal a fraqueza dos líderes
europeus, que “parece que finalmente acordaram”.
“[Putin] estava a imaginar que, quando os soldados russos entrassem na
Ucrânia, aquilo fosse como uma faca quente a cortar manteiga”, atirou o
jornalista.
Numa altura em que parece não haver forma de travar este conflito, Milhazes
diz que Putin pode travar-se a si mesmo. O problema é que o
Presidente russo não vai admitir a derrota, pelo que será difícil “ver é como a
Rússia vai sair deste conflito sem prejuízo” para Putin.
O Presidente russo já teve conversações com outros líderes políticos, como
Macron e Scholz. Contudo, o historiador acredita que estas conversações ” não
vão levar a lado nenhum”.
ZAP //
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