JORGE LAGE
A vida é um grande livro aberto e cabe
a cada um de nós sabê-lo ler no dia a dia. Vá para onde for procuro sempre aprender
com quem me relaciono. Aliás a própria paisagem selvagem, humanizada ou com o
silêncio das pessoas faço os meus registos. Como passei o Natal de 2021 em
Londres, um dos objectivos era ir com o meu neto à escola de «rugby» que fica a
menos de duzentos metros do rio Tamisa. Fiquei admirado com o espírito de
solidariedade que ali se vive. Em cada dia há um grupo de voluntários, mesmo
para orientar o estacionamento das viaturas e dinamizar o bar. Os pais/mães
compõem a assistência da pequenada para os vários exercícios/treinos. No
pequeno bar de apoio preparava-se uma pequena festa de despedida em que não
participámos devido à pandemia chinesa em terras de Sua Majestade se ter
agravado e todas as cautelas não serão demais. Enquanto assistia veio para junto
de nós um amigo do meu genro, de Gijón – Astúrias e desde quase sempre radicado
em Madrid, até à vinda para o para Londres. Na conversa confessou onde passava
a quadra natalícia e foi perentório: - marcho a Madrid, claro, onde tengo mi
família, más también a Gijon, ver mi otra familia! E continuou com uma
grande interrogação sobre se um dia os seus filhos os irão visitar? Eu
disse-lhe que o mais provável era que fossem, pois aprenderão com os pais quão
importante é a família. Que os filhos costumam seguir os exemplos que recebem
dos pais. E eu dei comigo a pensar no rifão familiar que os meus pais me
repetiam vezes sem conta «filho és pai serás, assim como fizeres, assim
acharás».
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