Tanto ómicron como ómega são palavras esdrúxulas, com acento tónico e gráfico na primeira sílaba da esquerda. É nessa sílaba que se deve carregar foneticamente e não na última. E assim como não dizemos “omegá”, também é erróneo dizer “omicrôn”. Mas a literacia dos comunicadores da nossa praça, com particular realce para os da televisão e da rádio, anda muito por baixo, é muito “micrónica”. Com o maior desplante agridem-nos constantemente os ouvidos com “omicrôns” e outras necedades que a falta de espaço me impede de elencar. Nem mesmo quando nos ecrãs das televisões a palavra aparece correctamente escrita, com acento gráfico na sílaba tónica, eles evitam a calinada.
De tantos tratos de polé que recebe de locutores, pivôs, comentadores, especialistas, virologistas e até, amiúde, das autoridades de saúde, a língua portuguesa já deu entrada nos cuidados intensivos. Foi difícil engendrar a vacina contra o vírus. Mais árduo será descobrir o antídoto eficaz contra o morbo asnal que atinge aqueles sandeus! Mas eu ainda não perdi a esperança; haja Deus.
Flávio Vara
2021-12-13
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