domingo, 28 de novembro de 2021

A África em Portugal. (Notas de rodapé 224)

 

JORGE  LAGE


O título desta nota de rodapé é figurado, porque a África física não pode estar em Portugal. O que, infelizmente, pode haver em Portugal são situações degradantes e humilhantes que fazem lembrar alguns países de África mal governados.

 Ora bem, na passada terça-feira (22/11/2021), fomos (eu e a minha mulher, dois velhos), pelas 18H20, como nos aconselharam, apanhar a última dose da vacinação em Braga. Quando cheguei ao local bato de sopapo com uma numerosa fila. A noite estava gélida e disse para a minha mulher: - vamos estar aqui umas duas horas para sermos vacinados. A minha mulher disse que ia ser rápido. Mas, enganou-se e lá estivemos, ao relento e com uma aragem gélida, cerca de duas horas até entrarmos na tenda amovível, onde o ar frio não era tão castigador. Depois, percorremos corredores, até que nos foi dado um número para sermos chamados. Números redondos, mais uma hora (3 horas no total), até finalizarmos o processo de vacinação. Pelos corredores, de vez em quando, levávamos com a aragem gélida e dizia-se que era para ventilar. Porque é que o processo era tão demorado? Só tinha uma administrativa e às vezes duas a preencherem os dados antes da vacina. Esta situação morosa também terá acontecido porque Braga estava a receber a gente dos concelhos de Barcelos e V. N. de Famalicão. Quando chegamos à área da enfermagem o processo foi finalizado enquanto o diabo esfrega um olho. Mais, o que a «pavona» da ministra da saúde não sabe é que há enfermeiros/as que vão para lá em regime extra horário/voluntariado ou pro bono, ajudar os colegas, afinal os enfermeiros em vez de «criminosos», como ela apregoava, são generosas e a maioria faz o que pode e o que não pode para servir a população. A senhora da saúde anda deslumbrada com os tamancos efémeros do poder que lhe calçaram e devia ter mais respeito com quem trabalha. Não deve medir os outros por ela. Se houvesse espírito de servir rodeava-se de gente capaz, e não de cartões partidários, e ia dando uma resposta satisfatória a este flagelo. Mas que me senti em África, lá isso senti e só faltavam os embondeiros e o calor porque todo o cenário do deixa andar estava ali plasmado. Que saudades temos quando o Almirante estava à frente do «barco». Dizem «as más línguas» que haveria uma diarreia mental porque havia quem estivesse a ser esmagado pelo sucesso de um militar numa missão que julgavam impossível. Porque é que não chamam nenhum militar para uma governação de bem servir o Zé Povinho? Mistério, dizem uns… e outros dizem que têm medo de gente competente. Em todo o caso, já estou despachado desta etapa contra a pandemia e tenho de agradecer. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Grã Ordem Afonsina promoveu concertos de Coro Zamorano nas Sés do Porto e de Braga

A Grã Ordem Afonsina, Associação sediada e fundada em Guimarães, em 13 de Fevereiro de 2019, promoveu a realização de dois concertos, no Por...