JORGE LAGE
O título desta nota de rodapé é figurado, porque a África física não pode estar em Portugal. O que, infelizmente, pode haver em Portugal são situações degradantes e humilhantes que fazem lembrar alguns países de África mal governados.
Ora bem,
na passada terça-feira (22/11/2021), fomos (eu e a minha mulher, dois velhos),
pelas 18H20, como nos aconselharam, apanhar a última dose da vacinação em
Braga. Quando cheguei ao local bato de sopapo com uma numerosa fila. A noite
estava gélida e disse para a minha mulher: - vamos estar aqui umas duas horas
para sermos vacinados. A minha mulher disse que ia ser rápido. Mas, enganou-se
e lá estivemos, ao relento e com uma aragem gélida, cerca de duas horas até
entrarmos na tenda amovível, onde o ar frio não era tão castigador. Depois,
percorremos corredores, até que nos foi dado um número para sermos chamados.
Números redondos, mais uma hora (3 horas no total), até finalizarmos o processo
de vacinação. Pelos corredores, de vez em quando, levávamos com a aragem gélida
e dizia-se que era para ventilar. Porque é que o processo era tão demorado? Só
tinha uma administrativa e às vezes duas a preencherem os dados antes da
vacina. Esta situação morosa também terá acontecido porque Braga estava a
receber a gente dos concelhos de Barcelos e V. N. de Famalicão. Quando chegamos
à área da enfermagem o processo foi finalizado enquanto o diabo esfrega um
olho. Mais, o que a «pavona» da ministra da saúde não sabe é que há
enfermeiros/as que vão para lá em regime extra horário/voluntariado ou pro
bono, ajudar os colegas, afinal os enfermeiros em vez de «criminosos», como ela
apregoava, são generosas e a maioria faz o que pode e o que não pode para
servir a população. A senhora da saúde anda deslumbrada com os tamancos
efémeros do poder que lhe calçaram e devia ter mais respeito com quem trabalha.
Não deve medir os outros por ela. Se houvesse espírito de servir rodeava-se de
gente capaz, e não de cartões partidários, e ia dando uma resposta satisfatória
a este flagelo. Mas que me senti em África, lá isso senti e só faltavam os
embondeiros e o calor porque todo o cenário do deixa andar estava ali plasmado.
Que saudades temos quando o Almirante estava à frente do «barco». Dizem «as más
línguas» que haveria uma diarreia mental porque havia quem estivesse a ser
esmagado pelo sucesso de um militar numa missão que julgavam impossível. Porque
é que não chamam nenhum militar para uma governação de bem servir o Zé Povinho?
Mistério, dizem uns… e outros dizem que têm medo de gente competente. Em todo o
caso, já estou despachado desta etapa contra a pandemia e tenho de agradecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário