Um artigo de opinião
assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores
"Vivemos num país
desassossegado, os casos de corrupção sucedem-se em série. O regime parece que
está a cair de podre. Para além de, vários políticos da nossa praça, agora,
soube-se de juízes que são suspeitos de terem estado envolvidos na distribuição
fraudulenta de processos.
O futebol sempre viveu
num mundo à parte de milhões. Luís Filipe Vieira tem ligações aos bancos, o
futebol é um antro de jogadas e fugas aos impostos.
Tem imensa piada o nome
dado por quem investiga alguns processos: Cartão Vermelho, Operação Marquês,
Operação Lex, Operação Furacão, entre outros.
Eu diria 'Operação do
Abismo de Portugal'. Pobre país que merecia melhor sorte, mas é o destino,
pouca gente se safa deste antro. Todos se conhecem, todos frequentam os mesmos
locais, todos pedem favores uns aos outros: políticos, juízes, dirigentes do futebol,
banqueiros.
A solução é tirar o
Terreiro do Paço de Lisboa e o Parlamento passar para o interior.
O Medina Carreira é que
tinha razão, estamos a afundar-nos e parece que não é nada connosco. Para além
da crise económica, há uma crise sanitária vs. Covid-19, e o pior, uma crise
ética e moral que é brutal.
Os portugueses vêem,
ouvem e lêem, sobre furtos, desvios, fraudes, golpes, porém, são tantos que já
nem ligam! As naturalizações destes casos são gravíssimas na nossa sociedade.
O comportamento desonesto,
fraudulento ou ilegal que implicam a troca de dinheiro, valores ou serviços em
proveito próprio é apanágio do nosso regime.
O início dos telejornais
parece uma 'telenovela negra'.
A degradação moral e a
crise de valores são gritantes. Quem vive com o seu salário, paga impostos
sente-se defraudado, enganado e desesperado por tanta ladroagem.
Estes tipos de pessoas
têm que ser corridas do sistema, de outro modo, Portugal não tem conserto. O
dinheiro não comanda a vida, faz parte, somente das nossas vidas.
Portugal não pode ser
conotado, como um país de vigaristas, ladrões, trapaceiros, velhacos,
tratantes, corruptos e charlatões.
Mas, infelizmente é
verdade."
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