Reflexoes
JBM_ABRILc_2021
A Confederação Geral dos Trabalhadores
Portugueses -Intersindical Nacional, que sempre foi e é comandada pelo PCP, mandava
os militantes pôr faixas de pano nos autocarros, (e carros eléctricos em
Lisboa e Porto) e nos autocarros intercidades, dizendo “Nacionalizado. Agora é
Nosso: do Povo”. Tudo isto acontecia porque, ontem, como hoje, os governantes
nada sabem, nem querem saber de “FINANÇAS, MOEDA e CRÉDITO”. Esta “bagunça”
continuou até, que em 1977 (num dos “reinados”) de Mário Soares, ele, “sentiu”
que a “bagunça” não podia continuar, pois, as pessoas aflitas com salários que
nunca cobriam as despesas que aumentavam sem sessar, derrubariam, com uma “Contra-Revolução”,
o Governo corrente, qualquer que ele fosse. Para resolver esse grave problema,
alguém aconselhou Mário Soares a pedir, em nome do Governo Português, a adesão
à Comunidade Económica Europeia (CEE). A entrada de Portugal na (CEE), em 1986, resultou de vários anos de difíceis
negociações com os restantes parceiros, (de 28 de Março de 1977 a 1 de Janeiro
de 1986.)
Logo, no período pré-adesão à UE, em Portugal, até 1985, a
clivagem pró e anti-Europa coincidiu completamente, ao nível dos partidos, com
a clivagem pró e antidemocracia pluralista.
O
PCP apesar de ver que e expulsão do dirigentes dos bancos tinha levado a uma
inflação “galopante” que tinha arruinado principalmente os mais pobres,
continuou a ser totalmente contra a adesão de
Portugal à UE que afinal foi a salvação. Com efeito, as dificuldades
económicas causavam grande instabilidade política. A adesão
à UE permitiu consolidar a democracia
portuguesa. A estabilidade do sistema
partidário, assim como a estabilidade governamental, são a tónica dominante da
vida política portuguesa desde 1987.
Em segundo lugar, os benefícios decorrentes da integração
funcionaram como "alavanca do desenvolvimento económico", o que
permitiu a redução da taxa de inflacção dos e altos níveis que tinha e a
melhoria das condições de vida dos portugueses.
Note-se que alavanca do desenvolvimento económico foi também o regresso
ao País de banqueiros que se tinham refugiado em Espanha, França, Suíça, etc..
Esses regressos, quer se diga quer não, foram potenciados por
Aníbal Cavaco Silva então Primeiro-Ministro de Portugal. Vale a pena referir alguns:
Jorge Manuel Jardim Gonçalves que fundou o Banco Comercial
Português (BCP) ainda hoje existente, regressou a Portugal em 1977, depois de ser
nomeado para o Conselho de Gestão do Banco Português do Atlântico, a convite do
então Ministro das Finanças, Henrique Medina Carreira, e na sequência
também do apelo feito por Ramalho Eanes, então Presidente da República. Em 1979 é nomeado presidente
do Conselho de Administração do Banco Português do Atlântico e do Banco
Comercial de Macau.
António Champalimaud
António de Sommer Champalimaud foi um
empresário português. Figura mítica e incontornável na história económica do
século XX português, citado muitas vezes como o homem mais rico do país,
Aos 24 anos, tomou posse como administrador da Empresa de
Cimentos de Leiria, companhia fundada pelo seu tio materno Henrique de Sommer e por Gastão de Benjamim Pinto. O tio Henrique
viria a falecer em 1944, deixando-lhe grande parte dos seus bens.
O jovem empresário dinamizou a exportação de vinho do Douro
e lançou os primeiros projectos de urbanização na Quinta da Marinha, em Cascais,
segundo os planos encomendados na década de 1920
pelo seu pai. Os materiais de construção, o imobiliário e a exportação de
vinhos eram os seus três negócios-chave.
Ainda no ramo da produção cimenteira, socorreu-se de empréstimos
da Casa Bancária José Henriques Totta, gerida pelo seu sogro, D. Manuel de Melo
e adquiriu a Cimentos Tejo e a Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego.
A Cimentos Tejo, que era propriedade da Empresa de
Cimentos de Leiria desde 1934,
viria a estrear o maior forno de cimento do mundo, em 1960. Em Angola,
fundou a Companhia de Cimentos de Angola e mandou construir a Fábrica de Nova
Maceira, no Dondo, em 1951,
a Fábrica do Lobito,
em 1952,
e a Fábrica de Nacala (Moçambique), em 1963. De seguida, em Moçambique,
comprou a Fábrica de Cimentos Portland da Matola
(LMarques).
Eu
conheci pessoalmente António Champalimaud no acto
de inauguração da Fábrica de Cimentos de Nacala. Casualmente eu estava em Nacala
nessa data onde tinha ido em serviço do LEMMS, mais tarde e hoje designado por
Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) no âmbito de problemas surgidos
na construção do Muro Cais do Porto de Nacala. Fiquei muito bem impressionado
com o discurso de Champalimaud todo ele em louvor do Geólogo ali presente, o
qual tinha, de forma incansável, calcorreado uma área rochosa das redondezas de
muitos hectares para encontrar rocha apropriada em termos de qualidade e quantidade
para alimentar o futuro forno dessa fábrica.
Em 1952,
as empresas de Champalimaud juntam-se ao Grupo CUF, reforçando a posição quase monopolista
desta empresa na indústria portuguesa.
CUF (Companhia União Fabril).
A CUF surgiu em 1865, com o
objectivo de produção de sabões e óleos vegetais. Em pouco mais de 100 anos até
1974 (pelo 25 de Abril, a empresa passou para empresa do Estado), tornou-se num
império:
detinha empresas nos mais variados sectores, como: o Banco Totta & Açores,
no sector da banca; a Companhia de Seguros Império, no sector dos seguros; a
União Fabril do Azoto, no sector químico; a Compal, no sector alimentar; a
Efacec, no sector eléctrico; a Sonap (que deu origem à Galp de hoje), no sector
dos combustíveis; a Celbi, no sector do papel; a Tabaqueira, no sector do
tabaco; a Lisnave, no sector naval; ou a Companhia Nacional de Navegação, no
sector dos transportes marítimos. Os nomes que referi, não devem chegar a 1% do
total de empresas do grupo. Para os leitores terem noção da grandeza deste
império, ele chegou a dar emprego a mais de 100 mil pessoas, só em solo
nacional.
No início do século XX, ainda sem dar passos para um império multidisciplinar, a CUF, para além de Lisboa, também tinha fábricas no Barreiro, Soure, Canas de Senhorim, Mirandela e Alferrarede. A relação da CUF com Alferrarede começou com a compra de uma fábrica de azeite que ali existia. A CUF continuou com a extracção de azeite, para mais tarde instalar ali a União Fabril do Azoto, ligada ao sector químico, talvez a face mais conhecida da fábrica de Alferrarede, tanto que ainda hoje é mais conhecida como Quimigal, penso que será uma derivação da União Fabril do Azoto, mais do que como CUF.
Bairro Operário da CUF no BarreiroUm ponto muito interessante na estratégia e linha de pensamento empresarial da CUF, era o bem estar dos seus funcionários. Penso que não era um feito em exclusivo da CUF; era uma linha muito marcante na época, mesmo a Metalúrgica Duarte Ferreira, de uma dimensão diferente, seguia essa “condigna conduta”.
Não se encontrou uma data em específica para o fecho da fábrica de
Alferrarede. Assume-se que, com a nacionalização da empresa em 1974, e com toda
uma mudança do grupo, pouco mais durou depois dessa data. Nos dias de hoje, o
bairro ainda existe, assim com o edifício da escola, embora sem qualquer
utilização prática. Uma parte das instalações da fábrica foi adquirida pelo
município de Abrantes, para instalar aí um parque tecnológico, ligado à
inovação e investigação. Hoje estão aí sediados, oTagus Valley ou as salas de
aula da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, entre outras empresas que lá
exploraram os seus mundos. Pensa-se que é uma bonita adaptação dos tempos, que
honra o seu passado marcante e também inventivo. A estação de comboios de
Alferrarede, divide as instalações da fábrica. No passado era fácil de perceber
a sua utilização e ainda hoje são visíveis os carris a ligar a estação a pavilhões
e sectores da fábrica. Assim, a estação divide o espaço público e privado
daquilo que foi a fábrica da CUF em Alferrarede.
Hoje, os grupos José de Mello Saúde, gerem as unidades
de saúde CUF, e Luz em Lisboa, e no Porto Hospital da CUF e
Instituto da CUF. As
suas raízes remontam a 1945 e José de Mello é da Família de António Champalimaud
Os grupos José de Mello Saúde,
têm mais de uma dezena de hospitais
e clínicas não só em Lisboa e Porto mas em várias cidades do País. Os serviços
de saúde são todos muito bem organizados: o corpo clínico é dos melhores e os equipamentos
são sempre os mais novos e de melhor qualidade. Naturalmente, que isso tem a
ver com o Lema de António Champalimaud: “Construir
e Fazer o melhor”. Neste sentido António Champalimaud construiu
a “Fundação Champalimaud.
A Fundação Champalimaud, formalmente Fundação
Anna de Sommer Champalimaud e Dr. Carlos Montez Champalimaud, é uma fundação
portuguesa, sem fins lucrativos, com a finalidade de desenvolver actividades de
pesquisa científica no campo da medicina.
A Fundação
Champalimaud é uma referência nacional e internacional na
área de oncologia.
A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. A Escola de Medicina, que partilha o edifício com o Instituto das Ciências da Vida e da Saúde, tem relações com a Fundação Champalimaud.
(Continua)
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