Reflexões JBM_ABRIL_2021
J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Univ do Minho
Passemos
agora a outro grande Empresário: José Manuel Espírito
Santo Silva. Esteve em Caxias preso pelos revolucionários. Regressa a
Portugal num vôo histórico Paris Lisboa. Curiosamente nesse vôo viajou
também Álvaro Cunhal.
A família Espirito Santo era um “Clã” com uns 35 membros com vários ramos. Sempre com chefes banqueiros.
Devo
aqui dizer que, sendo eu, com 15 anos, contabilista da empresa Sociedade
Mercantil de Leiria Lda, recomendei ao sócio principal, a abertura de uma conta
da firma no BESCL, porque
a que exisitia (e existiu) no BNU (Banco Nacional Ultramarino) cobrava despesas
bancária muito mais caras.
Em 1955 Manuel Ribeiro
do Espírito Santo Silva, por falecimento do irmão, Ricardo do
Espírito Santo, ocorrido a 2 de fevereiro desse ano, assume o lugar de
Presidente do Conselho de Administração. O BESCL Teve na década de 1950 um
empenho activo na internacionalização da economia portuguesa, e acompanhou essa
expansão com uma política de de continuidade na abertura de agências: de 47 em
1960 para 82 em 1966.
Até meados de 1970 o BESCL reforçou as participações na área
internacional com aquisições, parcerias e criação de bancos em países como os EUA, Angola,
Reino Unido,
entre outros. Em 1972 foi co-fundador do Libra Bank e no ano seguinte, associado ao
First National City Bank of New York funda, em Luanda, o Banco Inter Unido.
Em 1972,
Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado entra no
Banco Espírito Santo & Comercial de Lisboa, assume a direcção do
gabinete de estudos económicos e posteriormente a direcção
de crédito, onde fica até 1975, altura em que o banco foi nacionalizado.
Em 1973 Manuel Ricardo Espírito Santo Silva ascende ao cargo de
Presidente do Conselho de Administração. Por essa data dizia-se de Ricardo Ribeiro do Espírito Santo
Silva o (DDT) DONO DISTO TUDO. Note-se que DDT era também o nome de
um produto químico que na agricultura matava toda a bicharada.
Contudo a 14 de Março de 1975, em virtude do Decreto-Lei Nº 132-A, são nacionalizadas todas as instituições de crédito com sede no território português. Impedido de desenvolver a sua actividade em Portugal, o Grupo Espírito Santo (GES) tratou de refazer os seus interesses no exterior em países como o Brasil, Suíça, França e EUA. Ponto alto de desenvolvimento foi em 1975 a criação de uma holding sediada no Luxemburgo, sociedade que em 1984 deu origem ao Espírito Santo Financial Group (ESFG). Neste refazer de Negócios participa Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado.
Em 1991, após a reprivatização, Ricardo Salgado assume a
presidência executiva do Banco Espírito Santo e dá início a um percurso
que conduziu a um aumento de quota de mercado
de 8% para 20% e à internacionalização do BES.
Em 2002 foi
nomeado para o Supervisory Board da Euronext NV (Amesterdão)
e em 2006 participou na fusão da Euronext com o New York Stock Exchange (NYSE), tendo feito parte
do seu Conselho como membro não Executivo até 2011.
Foi Administrador
não Executivo do Banco Bradesco (Brasil)
de 2003 a 2012.
Foi presidente da comissão executiva e vice-presidente do Conselho
de Administração do Banco Espírito Santo. Foi também membro do conselho
superior do Grupo Espírito Santo. Acumulou essas funções com as de presidente
do Conselho de Administração do Espírito Santo
Financial Group sedeada no Luxemburgo) e do Banco Espírito Santo de
Investimento (BESI). Foi ainda administrador do Espírito Santo
Bank of Florida (EUA), da E.S. International Holding (Luxemburgo), da Espírito Santo Resources (Bahamas), do Banque Privée Espírito Santo (Suiça) e do Banque Espírito Santo et de la
Vénétie (França). Foi mentor da internacionalização
do BES apostando no triângulo estratégico África, Brasil e Espanha. A área internacional chegou a pesar metade dos lucros do banco. Em
2012 o banco liderado por Ricardo Salgado foi o único dos três maiores bancos
privados portugueses a aumentar capital recorrendo apenas aos accionistas e ao mercado de capitais,
sem recorrer ao dinheiro dos contribuintes. Em
Janeiro
de 2013 o BES
foi o único banco português a gerir a operação que marca o regresso de Portugal
aos mercados desde que o país foi alvo de intervenção da troika.
Em Junho de 2014, o banco liderado por Salgado levou a cabo uma
operação de aumento de capital, considerada pelo banqueiro como a de maior
sucesso desde a privatização em 1992. O aumento de capital do BES foi
totalmente subscrito, tendo a procura superado 178% da oferta disponível.
No entanto, no mês seguinte Salgado foi afastado da liderança do
Banco e substituído por Vitor Bento devido à revelação de prejuízos e
irregularidades de contas, mais tarde confirmados como consequências de
"gestão ruinosa" praticada por Salgado.
Grande "TRATADO"! Grande lição de Histórias para a nossa juventude. Relato muito atento e completo.
ResponderEliminarObrigado por nos trazer...