quarta-feira, 31 de março de 2021

Os negacionistas do ensino à Distância

 

O país está apinhado de estudos. Contudo, nunca se livrou da BANCARROTA. Mas para os do costume, nunca nada esteve mal, porque foi sempre nos bolsos deles que se sentiu tilintar o “vil metal”.

Anteontem surgiu mais um estudo. Este sobre as consequências nas aprendizagens e, portanto, nas aprendizagens produzidas pelo primeiro confinamento.

O estudo analisa resultados dos alunos dos 3º, 6º e 9º ano, e apenas em três disciplinas. Não analisa alunos do secundário, por exemplo. Porquê? Porque os negacionistas da pandemia são os mesmos negacionistas do Ensino à distância, e se analisassem os resultados, pelo menos do Secundário, os resultados do estudo não prometia o que promete para as seitas.

Vamos por partes.

Conforme se entrou em confinamento em Março do ano passado, não era de esperar que os resultados fossem outros (e mesmo estes já foram bons demais). Ninguém estava preparado, de alunos a professores, passando pelos pais. Mais, todos vimos como o governo e o seu ministério de educação se comportaram: negando o encerramento das escolas. Logo, ao negarem a pandemia, não deram tempo aos professores de darem o seu melhor. Mesmo assim, os resultados que dá este estudo, são óptimos perante as circunstâncias. Claro que as seitas só leram o que lhes interessou, até porque o estudo não aborda questões como:

- O governo e o ministério da Educação fizeram o que deviam?

- Os alunos estavam apetrechados com as ferramentas necessárias?

- Os professores tinham o mínimo de condições para transmitir o conhecimento à distância?

Claro que isto não está no estudo, porque o objectivo é negar o ensino à distância, como se notou ontem quando as seitas do costume, nas televisões e jornais do custume exultaram  com as conclusões: “ indicadores permitem já perceber que há um impacto do ensino remoto no nível do conhecimento”.

E vieram logo com a conversa fiada de sempre das desigualdades e das aprendizagens.

Não é verdade. O problema não está no ensino remoto. O problema está nas condições desse mesmo ensino. Que o governo nunca quis resolver. Nem o governo nem as seitas, por duas razões:

1 - o ensino remoto evita o trabalho escravo nas escolas

2 – o ensino remoto evita que o trabalho dos pais seja feito por outrem.

Quando se paga às operadoras uma velocidade de 100 na internete e se trabalha com uma de 30, isto diz tudo.

Criem as condições e o ensino remoto só trará vantagens. Desde logo, disciplina aos alunos, aquilo que é mais urgente, e responsabiliza os pais, coisa que hoje não existe.

Os indicadores deste estudo só poderão ser racionalizados com um estudo para o segundo confinamento, e para todos os graus de ensino. Mas nesse segundo estudo vão ter que ser analisados os três pontos que não foram analisados no primeiro:

- O governo e o ministério da Educação fizeram o que deviam?

- Os alunos estavam apetrechados com as ferramentas necessárias?

- Os professores tinham o mínimo de condições para transmitir o conhecimento à distância?

Ora o que esta gente pretende é abrir as escolas com se nada tivesse passado. Como, por exemplo, estivéssemos em 2007! Com tudo ao molho e fé em Deus; com 30 alunos por turma; com o mesmo número de professores e funcionários e com os dirigentes do costume, incluindo as seitas!

Preparem-se. Quem sabe o que é uma pandemia (quem as estudou - as que aconteceram ao longo da história), sabe que a coisa está para durar. E vão preparando o próximo ano para o ensino à distância. Se não total, pelo menos parcialmente.

Neste blogue viemos sempre a alertar para a coisa a devido tempo. E já estamos a fazê-lo com meio ano de antecedência.


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