segunda-feira, 1 de março de 2021

O “OSSO” E OS LIVROS…


 

Por    ARTUR   FERREIRA

Vejo o meu país como um “osso” lambido, rilhado e espremido até ao tutano, arrastado por “cães” desde há muitos anos, que teimam fazer dele o seu troféu!

Um osso duro de roer para muitos e, para alguns, fácil de mais! Roído até à medula, com uma dívida pública crescente em mais de duzentos sessenta e oito mil milhões de euros…

Há gente a escrever livros com nomes dos culpados sem que daí resulte qualquer correcção ou punição.

“Porque falha Portugal?”! Gustavo Sampaio, Jornalista e Investigador, escreveu o livro onde explica o que acontece na política de quem assume a governação do país. “Governantes que se servem da política, a porta giratória de interesses conflituantes e a banalização da mentira”, são alguns dos vícios que estão na base do povo português não conseguir levantar a cabeça e arrastar-se na cauda da Europa.

“Tudo Pelo Poder”! Rui Cardoso, Engenheiro Electrotécnico e Jornalista, conta a “História deste país através daqueles que tudo fizeram para chegar ao Poder… ou para não o perder.” Na introdução do livro “As causas das coisas”, escreveu: “Não sei se a História de Portugal é mais rica em peripécias que a doutros países europeus… Pois não é costume dizer-se que começou tudo com um filho (D. Afonso Henriques) a bater na mãe (D.ª Teresa)? De um país assim nascido que se poderia esperar?”

“Os Predadores”! Vítor Matos, Jornalista, descreve de forma clara tudo o que os actuais políticos fazem para conquistar o poder! “Chapeladas, Manipulações e outras Vigarices que os Políticos fazem para conquistar o Poder. Como Relvas fabricou Passos Coelho através de uma rede de influências e recompensas. O mérito não é critério de escolha para a ascensão política: vale tudo para ter votos. Até oferecer dentaduras…”

“Reinventar a Democracia”! Manuel Arriaga, Professor Universitário, escreveu para expressar o seu pensamento da forma de recuperar o controlo sobre o nosso futuro. Dá dez razões para justificar que os políticos não nos representam (e nunca representarão): “ 1 - Corrupção; 2 - O jogo eleitoral dá aos políticos os incentivos errados; 3 – O mundo da política atrai as pessoas erradas; 4 – Os políticos sentem-se imunes ao controlo dos cidadãos; 5 – Os partidos e as eleições corrompem moralmente os nossos dirigentes políticos; 6 – As normas no mundo da política: um convite à conformidade e inacção; 7 – Os efeitos psicológicos do poder e a identificação com outras elites; 8 – A ideologia enviesa o pensamento; 9 – A classe política não é demograficamente representativa da população geral; 10 – Talvez as mãos dos políticos estejam efectivamente atadas.”

“A Política em Tempos de Indignação”. Daniel Innerarity, Professor Universitário, considerado um dos 25 grandes pensadores mundiais. Um livro profundo no que à política diz respeito, uma reflexão extraordinária que me obrigou a uma leitura muito atenta. Realço apenas umas frases: “Parte II – A Condição Política – O discurso político, alínea a): A retórica e as ideologias sob suspeita; Platão formulou a versão mais irreconciliável do antagonismo entre o poder e a verdade ao considerar que a política democrática prefere sistematicamente a popularidade à verdade; Como se a arte de governar não fosse mais que a capacidade de enganar os outros e o exercício do poder estivesse irremediavelmente ligado à mentira; Como escrevia Thomas Payne com sarcasmo, qualquer pessoa que fale bem é capaz de convencer os outros de que os burros voam.”

“A Morte da Competência”! Tom Nichols, Professor Universitário, escreveu: “Aquilo que me choca particularmente hoje em dia não é que as pessoas descartem a competência, mas a frequência com que o fazem, em relação a assuntos tão diversos, e a raiva com que o fazem.”

Em vésperas de eleições Presidenciais, sei quem vence e é reeleito, Presidente da República. Não me aquece nem me arrefece! Este texto é escrito em 7/01/2021, com a Justiça e o Governo em dificuldades para justificar o injustificável! A suspensão da tomada de posse de juízes presidentes de três comarcas e a nomeação de José Guerra como procurador da União Europeia são a prova real do que aqui foi escrito e transcrito!

 “43 Anos e 6 Meses de Má Política”! Luís Naves, Jornalista, compilou as grandes frases que marcaram a política portuguesa entre 1973 e 2016. Destaco uma das frases do actual Presidente reeleito, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, proferida em 25-10-2003: “A minha maior ambição política é não ter ambição política nenhuma.”

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