VIRGÍLIO GOMES |
A Páscoa é a maior celebração dos católicos e, à mesa, é das mais curiosas festas nas quais o ovo é rei. O ovo, esse elemento de riqueza alimentar, é também o símbolo da renovação, de uma nova vida e para alguns a ilustração de passagem para outra vida. Talvez por isso os Etruscos o pintavam nas paredes de locais funerários.
Independentemente da religião, e sem precisar de chegar ao pecado da Gula, todos celebrar esta época à mesa. Tenho já escrito que, para mim, a maior invenção culinária é o pão e que, possivelmente, os primeiros doces foram obtidos a partir de massa de pão enriquecida com mel, azeite, ovos… Mas na Páscoa a variedade de “Bôlas e Folares”, só em Trás-os-Montes, é muito rica. Aqui os folares são salgados e em outras regiões fazem-se folares doces como por exemplo no Algarve. Mas no Algarve ainda se fazem também os “Bolos de Folha” ou “Bolos do Tacho”. Por todo o país há muita variedade de bolos e, de facto, a grande maioria são massas de pão enriquecidas. Os exemplos são muitos: “Pão podre”, “Pão de 24 horas”, “Bolos fintos”, “Bola de azeite”, “Bola de Arouca”, “Pitos”, “Calços”, “Dormidos”, “Biscoitos escaldados”, “Esquecidos”, “Lagartos” … e depois ainda “Queijadas”, Pães-de-ló”, “Broa de pão-de-ló”, “Pão leve”, “Cavacas” e as inimitáveis “Amêndoas de Moncorvo”.
Na semana passada foi-me anunciada a Páscoa com uma caixa de correio com uma magnífica “Regueifa doce” e uns “Caladinhos”, uma generosa oferta do meu Amigo Ângelo Cardoso de Santa Maria da Feira.
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