domingo, 22 de novembro de 2020

Banha de Porco na Doçaria Portuguesa

 Um produto nem sempre bem aceite mas que tem resultados excecionais:

Banha de Porco na Doçaria Portuguesa


Quando se fala em banha de porco a nossa imaginação leva-nos de imediato para uma gordura sólida, cremosa e branca. Poucos sabem a sua origem, e utilização. Por outro lado, parece um produto de alimentação pobre além de ser um alimento que provoca medos, ou ser banida por algumas religiões. Sempre houve medos alimentares e muitos deles associados à carne e seus derivados. É um produto sujeito a preconceitos!

Recentemente fiz um estudo sobre a dimensão de doçaria portuguesa que incluía nos seus ingredientes: derivados de porco, ou e azeite, ou e aguardente e ou e Vinho do Porto. Selecionei um grupo de livros que contém inventários de receitas a nível nacional e outros de referências regionais. No final construi uma lista de 860 receitas…!

De seguida concentrei-me a isolar as que continham derivados de porco, são 330, e estudar melhor a importância dessa categoria. Grande maioria diz respeito a banha de porco, seguida de sangue, torresmos e até lombo de porco. Por isso vou dedicar-lhe estes escritos. Não se evidencia por que razão os nossos longínquos antepassados juntaram essa gordura na massa. A junção pode ter sido espontânea e não estudada, mas os resultados devem ter sido reconhecidos, pelo menos, como satisfatórios. De facto, se fizermos duas massas iguais alterando apenas a gordura, sentimos de imediato uma elasticidade diferente. E o produto final? Parece que a banha de porco terá garantido maior perenidade ao produto final, arrastando-se essa boa junção até aos dias de hoje. Possivelmente terá sido utilizada para consumo dos recursos naturais, tudo era aproveitado, e assim uma razão económica.


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