Esta obsessão contra a corrupção
começou quando exerceu funções de autarca na Câmara Municipal do Porto, pelo
PSD, com o pelouro do Urbanismo. Muito próximo de Rui Rio e considerado seu
delfim, foi nomeado vice-presidente, prevendo-se uma carreira política longa e
sustentável… Bastou-lhe essa curta experiência, como vereador do urbanismo,
para tomar conhecimento do que se faz ou tenta fazer para ludibriar o que é
permitido por lei, nomeadamente Legislação sobre Projectos e Obras, Regime
Jurídico dos Loteamentos, Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas,
Planos Directores Municipais, Planos Gerais de Urbanização e tudo o resto que é
legislação e está contido no Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.
Segundo as suas palavras: “A gestão do urbanismo nas câmaras municipais, desde
1975, transformou-se na mais rentável fonte de corrupção e, assim, no maior
cancro da democracia portuguesa.”
Sempre condenei o apetite de todos os políticos que têm pela área do urbanismo, nomeadamente presidentes de Câmara, vereadores e outros, sem formação absolutamente nenhuma para o exercício do cargo, assumindo-o com todas as consequências que estão à vista, crimes urbanísticos, atentados às regras mais básicas do ordenamento do território, da sustentabilidade ambiental, da harmonia e da estética do edificado. Sei que estes políticos não agem sozinhos, estão assessorados por mercenários, técnicos de Engenharia e Arquitectura e outros em Direito, principais artífices de todas as vigarices praticadas nas Câmaras Municipais do país. Isto só é possível porque a área da justiça, nomeadamente a administrativa e fiscal, não actua como devia actuar e vê na prescrição a forma de resolver o assunto! A legislação é vasta e complexa o que facilita revisões, revogações, alterações adulteradas e enquadramentos injustificados. Aqui está uma área em que o Governo podia prestar um grande serviço ao país e aos portugueses, ajudando a combater a corrupção, através de uma revisão à legislação vigente, simplificando-a, clarificando-a e enquadrando-a de modo a facilitar a sua aplicação com verdade e rigor cumprindo prazos, ajudando a diminuir os casos de corrupção que proliferam por todas as Câmaras Municipais e nos vários Ministérios do Governo. Casos como Freeport, aeroportos da Ota e Montijo e outros como submarinos e bancos, verdadeiros casos de corrupção, só são possíveis porque a justiça não se impõe a este flagelo e ao poder político. Ainda bem que Paulo Morais não está só, temos Ana Gomes, como candidata presidencial e Rui Pinto, como perito informático, determinados na luta contra a corrupção.
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