O Presidente do PSD defendeu esta segunda-feira a importância de
uma “aplicação honesta” dos fundos europeus,
alertando que a gestão de “muito dinheiro em pouco tempo” implica um “risco tremendo em matéria de corrupção”.
“Temos de cuidar de conseguir
que os fundos sejam aplicados sem corrupção, porque sabemos que quando temos
muito dinheiro para gastar em muito pouco tempo estamos a correr um risco
tremendo em matéria de corrupção”, afirmou Rio durante a apresentação do Programa Estratégico dos Fundos Europeus para
a Década, elaborado pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD e
que reúne as propostas do partido para aplicação dos fundos europeus até 2030.
Admitindo que “evitar de
todo” a
corrupção será impossível – “penso que
seria a primeira vez na história”, disse – Rio defendeu medidas para “atenuar e dificultar” esse risco. “Se é um
observatório para esse efeito, se é uma lei penal agravada, se é um
departamento especial da Procuradoria-Geral da República, se é tudo isto ao
mesmo tempo ou alguma coisa melhor não sei, mas que nós temos de ter essa
estratégia, temos”, sustentou.
Na apresentação do Programa
Estratégico dos Fundos Europeus para a Década, Rui Rio afirmou
que o documento é “um contributo àqueles que vão
ter de executar, no imediato, estes fundos comunitários, designadamente aqueles
mais diretamente ligados à pandemia”.
Sustentando que “quem vai
pagar esta bazuca […] são as gerações mais novas”, já que “o reembolso é a muito longo prazo”, defendeu que os objetivos
do programa têm de ter “claramente um compromisso com o
futuro”,
fazendo por isso “todo o sentido” uma forte alocação de verbas
para o combate às alterações climáticas.
“Nós temos um salário médio em
Portugal muito baixo e uma classe média demasiado pequena, portanto a estratégia
não deve ser atenuar um pouco as dificuldades que os mais desfavorecidos
passam, porque continuarão sempre mais desfavorecidos. A estratégia tem de ser
reforçar a classe média, por a classe média maior, e portanto trazer esses mais
desfavorecidos para dentro da classe média”, disse.
Neste âmbito, defendeu políticas no sentido de “mais e melhor emprego”, com “melhores salários” que deem aos jovens “a perspetiva de poderem ter um salário confortável à escala
europeia, para a sua vida futura”.
O líder do PSD apontou ainda a necessidade de “melhorar os serviços públicos”, considerando que durante a governação do PS se
tem assistido ao seu “degradar”, com impacto “na própria competitividade da economia”. “Nós temos a possibilidade, usando bem o dinheiro, de fazer uma
modernização a sério na Administração Pública em diversos setores,
designadamente no Serviço Nacional de Saúde [SNS], na Segurança Social e na
justiça”,
defendeu.
No que respeita às “muitas fragilidades do SNS”, evidenciadas com a pandemia, Rui Rio disse que o programa do PSD avança medidas que incluem desde a construção de alguns hospitais (“alguns reclamados há muito tempo”), ao alargamento dos cuidados continuados e dos cuidados paliativos, assim como a criação de um programa nacional de prevenção da saúde.
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