domingo, 13 de setembro de 2020

História a História África | EP 6 | O Colonato do Limpopo





PORTUGAL_e_as_COLÓNIAS_por_Fernando_do_BE

História a História África | EP 6 | O Colonato do Limpopo



Comentários JBM


O Apresentador, que sempre se apresenta “com Pompa e Circunstância” é, desde 1990 doutor em História Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, narra o “Obscurantiamo” das acções Salazaristas, no caso traduzidas pela construção do Colonato do Limpopo para mostrar o “Brilhantismo” da Descolonização Exemplar do Mário Soares tendo por detrás o Álvaro Cunhal.
 Ora, o que bem se vê lo Link as fotos que apresenta, as quais foram tiradas dos arquivos da RTP, mostram exactamente o contrário das conclusões do narrador. Não sei como é que actualmente se obtém o grau de doutor pela Universidade Nova de Lisboa, mas é inegável que a História é uma CIÊNCIA e como tal um doutorando tem de mostrar que remexeu em arquivos e encontrou FACTOS provenientes de fotos e documentos (notícias de acontecimentos) das épocas em causa que PROVAM as teses apresentadas na sua candidatura a “doutor”. Mas, no link nada isso acontece. Ironicamente, o narrador não apresenta uma só palavra sobre a vida actual das populações locais no ex-Colonato do Limpopo, por onde passei mais de uma dezena de vezes, ante e pós-Independência de Moçambique, 1º em Serviço do Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) e depois a requerimento dos novos Governantes de Moçambique para sugerir soluções para os problemas da Barragem de Massingir, que continua a ser a Barragem de Terra mais longa de toda a África (mais de 3,5Km). Ainda não há muitos meses que vi notícia de uma homenagem localmente prestada ao Engenheiro Trigo de Morais, construtor do Colonato do Limpopo. 
Na verdade esse Engenheiro começou por mandar construir no Limpopo uma Barragem Maciça de Betão Galgável em época de cheia do rio. Desse modo essa barragem é praticamente indestrutível pelas cheias desse grande rio que é um dos de maior caudal de África. Portanto, com toda a segurança, o Colonato do Limpopo obtém água de rega na época sêca do rio, e, pelas cotas onde está fundado, não é destruído pelas cheias. Pelas fotos exibidas no Link vê-se que os “colonos” brancos (e não só) viviam em sã convivência com as populações negras locais e a produção de cereais e frescos era tão abundante que chegava a LMarques. Agora, não conheço a situação actual, mas posso testemunhar que na 1ª viagem de Serviço que fiz a Moçambique, reinando então Samora Machel, eu, um ex-aluno meu, agora prof da Universidade Eduardo Mondlane e um acompanhante branco da então “Republica Democrática Alemã”(RDA), quisemos almoçar no restaurante do Colonato do Limpopo, agora chamado “Cidade do Chokwé” e NADA havia para comer, nem para os empregados, que então já eram funcionários públicos. Valeu-nos as mangas e as papais que tínhamos comprado, no caminho, no “mercado livre” da Manhiça a uns 70 Km de Maputo. Não cabe aqui descrever muitas outras peripécias que me aconteceram nessa, e nas outras 8 viagens que, em Serviço” fiz a Moçambique. Essa peripécias começaram por ser fruto das UTOPIAS que os Soviéticos meteram na cabeça de Samora Machel, quando
frequentou a Universidade moscovita “Patrice Lumumba” (só para “colored people”) e após a morte Machel, pelos novos “donos” do PODER que também passaram a ser “donos” de, praticamente de todos os bens do ESTADO e passaram para mãos “PRIVADAS”. Mas é curioso notar que Samora não teve a “coragem” de nacionalizar os
bens pertencentes aos NEGOCIANTES Muçulmanos, que agora até são também donos das lojas mais importantes lojas que os “colonos” tiveram de abandonar. Até lhes dá para terem novas Lojas de Modas na baixa e um importante Hotel no “Zambi” com Sala de Conferências com capacidade para 200 pessoas. Portanto, único local onde se podem realizar congressos Só que nesse Hotel os empregados nem sabem bem Português. Só Inglês e o “Africander” da África do Sul, donde provieram, eles e os patrões muçulmanos. E a “deterioração” da vida das populações é tal que é bem visível a mendicidade e a prostituição. Nada sei do que passa nos arredores. Só sabemos do flagelo que sofrem as populações de Cabo Delgado com os ataques que sofrem dos terroristas do DAESH agora instalados e com camp as autoridades de Maputo enviarem para lá soldados treinados em Boane, que nem sequer sabem as línguas usadas em Cabo Delgado. Por isso esses soldados são presa fácil dos terroristas militares na Tanzânia, do outro lado do rio Rovuma. Nada adianta as autoridades de Maputo enviarem para lá soldados treinados em Boane, que nem sequer sabem as línguas usadas em Cabo Delgado. Por isso esses soldados são presa fácil dos terroristas. Por outro, as Autoridades porque, em relação a Religião, se dizem Ateias ou “Agnósticas”, não prestam, nem têm prestado qualquer atenção aos novos clérigos RADICAIS que tomaram conta das mesquitas locais e muitas outras construídas na pós Independência que cercam completamente as poucas Igrejas com pares cristãos que ainda lá existem. No “horroroso antigamente” os clérigos muçulmanos locais, até eram formados LOCALMENTE, numa Alta Autoridade Muçulmana que residia na Ilha de Moçambique. E recebiam algum dinheiro de pessoas afortunadas ou entidades privadas residentes no Paquistão (Não da Arábia MALdita), porque as relações entre as populações da Índia e do Paquistão até são anteriores ao tempo em que Vasco da Gama aportou à Ilha de Moçambique. Mas, agora, as “Faculdades de Teologia” na Arábia Saudita, altamente financiadas pelo Governo Saudita, passaram a estabelecer “Cursos” para Formação de clérigos, dirigidos por Wahabitas, sector radical da Religião Muçulmana, feroz contra, principalmente, todos os Cristãos, designados por “Cruzados”. Esses clérigos RADICAIS são defensores acérrimos da aplicação da Sharia, a lei islâmica que, por exº., impõe que as mulheres usem a burka, coisa que nunca foi usada pelas mulheres muçulmanas de Moçambique, até porque é altamente incómoda devido ao calor.
A prática usada pelos responsáveis das “Faculdades de Teologia” e pelo governo Arábia Saudita, consiste em mandar emissários à Europa, Canadá e EUA, etc., (a todos os países do Mundo), oferecer “Bolsas de Estudo” nas “Faculdades de Teologia” a jovens (por ventura desempregados) que queiram “abraçar” a Religião Muçulmana, e tornarem-se “Clérigos” Muçulmanos. E, note-se, as “Faculdades de Teologia” têm bons professores também de matérias “laicas”: Inglês, e outras línguas ocidentais, matemática, biologia, física, etc. Mas, na base está sempre a língua Árabe e a interpretação do Corão nas suas passagens radicais. As bolsas incluem o custo das passagens do país para Arábia Saudita e volta e os custos da estadia. Isto é, os jovens nada têm de pagar e, até, se as famílias forem pobres, recebem desses responsáveis uma mensalidade.
Tudo com a condição de esses “Clérigos”, na volta às suas terras de origem, professarem nas mesquitas a fé radical Wahabita e imporem a Sharia às mulheres da região. Ao mesmo tempo esses “Clérigos”, uma vez instalados, recebem dinheiros para fundarem escolas corânicas locais (madraças) e praticam a caridade. Dessa forma esses “Clérigos”, têm substituído os antigos clérigos muçulmanos de Nampula, Ilha de Moçambique, Mocímboa da Praia, etc.. Os “novos” clérigos têm ainda outra acção muito pior: contactam as famílias pobres dos alunos que concluem os estudos nas escolas corânicas, que podem ir até ao 6º ano, e perguntam-lhes se desejam que esses seus filhos sejam “Soldados do Exército de Alláh”.

Se fôr esse o caso, os jovens são conduzidos (viagens pagas) para o Norte do Paquistão onde funcionam as “Escolas Militares” dos terroristas (DAESH +Al-Qaeda+ Talibãs), agora também existentes na Tanzânia, vizinha Norte de Moçambique.
Quando aí chegam os chefes perguntam se o candidato quer ser apenas “soldado” ou também ser “mártir”.
Se o jovem opta por ser “soldado” aprende a usar metralhadoras Klasnnikof e outras, a montar campos de minas, etc. etc. É então incorporado nalguns dos Grupos Terroristas que actuam nas fronteiras da Síria com a Turquia, Iraque, etc.. E agora também vêm para os bairros muçulmanos de Mocímboa da Praia e outros locais do Norte de Moçambique para ataques indicados pelos chefes, os quais têm sempre a ideia de matar o maior nº possível de “cruzados” (todos os que não professam a Religião Muçulmana Radical).
Pelo que vemos, já estão a iniciar-se em Mocímboa da Praia, etc.
As populações fogem das cidades e aldeias para o interior, mas muitas pessoas, incluindo crianças, morrem aí à fome porque não dispõem de terras para fazer cultivo e estão cheias de medo dos terroristas.
Essa é a situação actual em Cabo Delgado.
JBM      Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho

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