PORTUGAL_e_as_COLÓNIAS_por_Fernando_do_BE
História a História África
| EP 6 | O Colonato do Limpopo
Comentários JBM
O Apresentador, que sempre se
apresenta “com Pompa e Circunstância” é, desde 1990 doutor em História
Contemporânea pela Universidade
Nova de Lisboa, narra o “Obscurantiamo” das acções Salazaristas, no
caso traduzidas pela construção do Colonato do Limpopo para mostrar o “Brilhantismo”
da Descolonização Exemplar do Mário Soares tendo por detrás o Álvaro Cunhal.
Ora, o que bem se vê lo Link as fotos que
apresenta, as quais foram tiradas dos arquivos da RTP, mostram exactamente o
contrário das conclusões do narrador. Não sei como é que actualmente se obtém o
grau de doutor pela Universidade
Nova de Lisboa, mas é inegável que a História é uma CIÊNCIA e como
tal um doutorando tem de mostrar que remexeu em arquivos e encontrou FACTOS
provenientes de fotos e documentos (notícias de acontecimentos) das épocas em
causa que PROVAM as teses apresentadas na sua candidatura a “doutor”. Mas, no
link nada isso acontece. Ironicamente, o narrador não apresenta uma só palavra
sobre a vida actual das populações locais no ex-Colonato do Limpopo, por onde
passei mais de uma dezena de vezes, ante e pós-Independência de Moçambique, 1º
em Serviço do Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) e depois a
requerimento dos novos Governantes de Moçambique para sugerir soluções para os
problemas da Barragem de Massingir, que continua a ser a Barragem de Terra mais
longa de toda a África (mais de 3,5Km). Ainda não há muitos meses que vi
notícia de uma homenagem localmente prestada ao Engenheiro Trigo de Morais,
construtor do Colonato do Limpopo.
Na verdade esse Engenheiro começou por
mandar construir no Limpopo uma Barragem Maciça de Betão Galgável em época de
cheia do rio. Desse modo essa barragem é praticamente indestrutível pelas
cheias desse grande rio que é um dos de maior caudal de África. Portanto, com
toda a segurança, o Colonato do Limpopo obtém água de rega na época sêca do
rio, e, pelas cotas onde está fundado, não é destruído pelas cheias. Pelas
fotos exibidas no Link vê-se que os “colonos” brancos (e não só) viviam em sã
convivência com as populações negras locais e a produção de cereais e frescos
era tão abundante que chegava a LMarques. Agora, não conheço a situação actual,
mas posso testemunhar que na 1ª viagem de Serviço que fiz a Moçambique,
reinando então Samora Machel, eu, um ex-aluno meu, agora prof da Universidade
Eduardo Mondlane e um acompanhante branco da então “Republica Democrática
Alemã”(RDA), quisemos almoçar no restaurante do Colonato do Limpopo, agora
chamado “Cidade do Chokwé” e NADA havia para comer, nem para os empregados, que
então já eram funcionários públicos. Valeu-nos as mangas e as papais que
tínhamos comprado, no caminho, no “mercado livre” da Manhiça a uns 70 Km de
Maputo. Não cabe aqui descrever muitas outras peripécias que me aconteceram
nessa, e nas outras 8 viagens que, em Serviço” fiz a Moçambique. Essa
peripécias começaram por ser fruto das UTOPIAS que os Soviéticos meteram na
cabeça de Samora Machel, quando
frequentou a Universidade
moscovita “Patrice Lumumba” (só para “colored people”) e após a morte Machel,
pelos novos “donos” do PODER que também passaram a ser “donos” de, praticamente
de todos os bens do ESTADO e passaram para mãos “PRIVADAS”. Mas é curioso notar
que Samora não teve a “coragem” de nacionalizar os
bens pertencentes aos NEGOCIANTES
Muçulmanos, que agora até são também donos das lojas mais importantes lojas que
os “colonos” tiveram de abandonar. Até lhes dá para terem novas Lojas de Modas
na baixa e um importante Hotel no “Zambi” com Sala de Conferências com capacidade
para 200 pessoas. Portanto, único local onde se podem realizar congressos Só
que nesse Hotel os empregados nem sabem bem Português. Só Inglês e o
“Africander” da África do Sul, donde provieram, eles e os patrões muçulmanos. E
a “deterioração” da vida das populações é tal que é bem visível a mendicidade e
a prostituição. Nada sei do que passa nos arredores. Só sabemos do flagelo que
sofrem as populações de Cabo Delgado com os ataques que sofrem dos terroristas
do DAESH agora instalados e com camp as autoridades de Maputo enviarem para lá
soldados treinados em Boane, que nem sequer sabem as línguas usadas em Cabo
Delgado. Por isso esses soldados são presa fácil dos terroristas militares na Tanzânia,
do outro lado do rio Rovuma. Nada adianta as autoridades de Maputo enviarem
para lá soldados treinados em Boane, que nem sequer sabem as línguas usadas em
Cabo Delgado. Por isso esses soldados são presa fácil dos terroristas. Por
outro, as Autoridades porque, em relação a Religião, se dizem Ateias ou
“Agnósticas”, não prestam, nem têm prestado qualquer atenção aos novos clérigos
RADICAIS que tomaram conta das mesquitas locais e muitas outras construídas na
pós Independência que cercam completamente as poucas Igrejas com pares cristãos
que ainda lá existem. No “horroroso antigamente” os clérigos muçulmanos locais,
até eram formados LOCALMENTE, numa Alta Autoridade Muçulmana que residia na
Ilha de Moçambique. E recebiam algum dinheiro de pessoas afortunadas ou
entidades privadas residentes no Paquistão (Não da Arábia MALdita), porque as
relações entre as populações da Índia e do Paquistão até são anteriores ao
tempo em que Vasco da Gama aportou à Ilha de Moçambique. Mas, agora, as
“Faculdades de Teologia” na Arábia Saudita, altamente financiadas pelo Governo
Saudita, passaram a estabelecer “Cursos” para Formação de clérigos, dirigidos
por Wahabitas, sector radical da Religião Muçulmana, feroz contra,
principalmente, todos os Cristãos, designados por “Cruzados”. Esses clérigos
RADICAIS são defensores acérrimos da aplicação da Sharia, a lei islâmica que,
por exº., impõe que as mulheres usem a burka, coisa que nunca foi usada pelas
mulheres muçulmanas de Moçambique, até porque é altamente incómoda devido ao
calor.
A prática usada pelos
responsáveis das “Faculdades de Teologia” e pelo governo Arábia Saudita,
consiste em mandar emissários à Europa, Canadá e EUA, etc., (a todos os países
do Mundo), oferecer “Bolsas de Estudo” nas “Faculdades de Teologia” a jovens
(por ventura desempregados) que queiram “abraçar” a Religião Muçulmana, e
tornarem-se “Clérigos” Muçulmanos. E, note-se, as “Faculdades de Teologia” têm
bons professores também de matérias “laicas”: Inglês, e outras línguas
ocidentais, matemática, biologia, física, etc. Mas, na base está sempre a
língua Árabe e a interpretação do Corão nas suas passagens radicais. As bolsas
incluem o custo das passagens do país para Arábia Saudita e volta e os custos
da estadia. Isto é, os jovens nada têm de pagar e, até, se as famílias forem
pobres, recebem desses responsáveis uma mensalidade.
Tudo com a condição de esses
“Clérigos”, na volta às suas terras de origem, professarem nas mesquitas a fé
radical Wahabita e imporem a Sharia às mulheres da região. Ao mesmo tempo esses
“Clérigos”, uma vez instalados, recebem dinheiros para fundarem escolas
corânicas locais (madraças) e praticam a caridade. Dessa forma esses
“Clérigos”, têm substituído os antigos clérigos muçulmanos de Nampula, Ilha de
Moçambique, Mocímboa da Praia, etc.. Os “novos” clérigos têm ainda outra acção
muito pior: contactam as famílias pobres dos alunos que concluem os estudos nas
escolas corânicas, que podem ir até ao 6º ano, e perguntam-lhes se desejam que
esses seus filhos sejam “Soldados do Exército de Alláh”.
Se fôr esse o caso, os jovens são
conduzidos (viagens pagas) para o Norte do Paquistão onde funcionam as “Escolas
Militares” dos terroristas (DAESH +Al-Qaeda+ Talibãs), agora também existentes
na Tanzânia, vizinha Norte de Moçambique.
Quando aí chegam os chefes
perguntam se o candidato quer ser apenas “soldado” ou também ser “mártir”.
Se o jovem opta por ser “soldado”
aprende a usar metralhadoras Klasnnikof e outras, a montar campos de minas,
etc. etc. É então incorporado nalguns dos Grupos Terroristas que actuam nas
fronteiras da Síria com a Turquia, Iraque, etc.. E agora também vêm para os
bairros muçulmanos de Mocímboa da Praia e outros locais do Norte de Moçambique
para ataques indicados pelos chefes, os quais têm sempre a ideia de matar o
maior nº possível de “cruzados” (todos os que não professam a Religião
Muçulmana Radical).
Pelo que vemos, já estão a
iniciar-se em Mocímboa da Praia, etc.
As populações fogem das cidades e
aldeias para o interior, mas muitas pessoas, incluindo crianças, morrem aí à
fome porque não dispõem de terras para fazer cultivo e estão cheias de medo dos
terroristas.
Essa é a situação actual em Cabo
Delgado.
JBM Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho
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