Por BARROSO da FONTE
A verdade é que os
milicianos e soldados em geral foram e continuam a ser os burros de carga da
sociedade. Todas as guerras tradicionais ou mais sofisticadas têm sido as
maiores vítimas de cada geração. Enquanto a hierarquia funcionava tudo se
entendeu.
Dos «burros de carga» ninguém cuidou. O ódio militar alastrou às classes sociais. De repente não havendo forma de viver e de conviver, foram os militares de profissão a humilhar aqueles que serviram para abrilhantar das suas carreiras.
Dos «burros de carga» ninguém cuidou. O ódio militar alastrou às classes sociais. De repente não havendo forma de viver e de conviver, foram os militares de profissão a humilhar aqueles que serviram para abrilhantar das suas carreiras.
Os fazedores de
opinião, não podendo censurar os revoltosos, nunca tiveram um gesto, uma
palavra, uma forma de libertar o manto da humilhação. Nunca senti um militar
daqueles que são hoje os generais à pressa, a falar de igual para igual. A
começar pelos dirigentes da Liga dos Combatentes que procuram convencer para a
sua grei, os tais burros de carga, que sempre aceitaram tudo por troca com um
cartão de sócio.
Dia 15 do corrente
foi votada no Parlamento mais uma hábil maneira de perpetuar a exclusão de
qualquer tipo de apoio aos Combatentes. É a única classe que está hoje pior do
que estava no tempo de Paulo Portas e de Bagão Félix.
Em 2014 o poder político chegou a prometer,
finalmente, uma revisão que permitisse receber uma série de contrapartidas.
António Costa, há um ano, baseado nas sondagens que lhe garantiam vitória
folgada, mandou retirar o processo já agendado.
Nestes últimos dias 15 e 23 de Julho, fez pior: adiou para 2021 a atribuição de um cartão que permite descontos nos museus, aos combatentes. Como se os verdadeiros Combatentes da guerra do Ultramar tivessem frescura física para visitar museus... O que sucede é que o poder político nada percebe de guerra. E teima em confundir os Combatentes da Guerra do Ultramar, com os combatentes da primeira grande guerra (1914-1918). O símbolo dessa geração é um general. Este e outros generais, estão agarrados às «estrelas» do deslumbramento e não se dão conta de que os tempos mudaram e que devem ser os dirigentes das associações da «nossa» guerra a dialogar com o poder político. A Liga foi atualizando os estatutos da grande guerra para as leis que vão saindo e lhe possam ser aplicadas. E ela tem um esquema físico, tradicional e mental tão arcaico e tão empedernido, que é como o vírus da Covid-19. Enquanto o poder político, a começar pelo PR, não chamar a si esta coordenação, «a geração maldita» da guerra do ultramar não terá paz, nem direitos, nem o chamado «direto à contestação» que foi promulgada por Mário Soares. Ouçamos dois testemunhos legítimos que confirmam mais esta geringonça.
Nestes últimos dias 15 e 23 de Julho, fez pior: adiou para 2021 a atribuição de um cartão que permite descontos nos museus, aos combatentes. Como se os verdadeiros Combatentes da guerra do Ultramar tivessem frescura física para visitar museus... O que sucede é que o poder político nada percebe de guerra. E teima em confundir os Combatentes da Guerra do Ultramar, com os combatentes da primeira grande guerra (1914-1918). O símbolo dessa geração é um general. Este e outros generais, estão agarrados às «estrelas» do deslumbramento e não se dão conta de que os tempos mudaram e que devem ser os dirigentes das associações da «nossa» guerra a dialogar com o poder político. A Liga foi atualizando os estatutos da grande guerra para as leis que vão saindo e lhe possam ser aplicadas. E ela tem um esquema físico, tradicional e mental tão arcaico e tão empedernido, que é como o vírus da Covid-19. Enquanto o poder político, a começar pelo PR, não chamar a si esta coordenação, «a geração maldita» da guerra do ultramar não terá paz, nem direitos, nem o chamado «direto à contestação» que foi promulgada por Mário Soares. Ouçamos dois testemunhos legítimos que confirmam mais esta geringonça.
Primeiro: Federação dos Combatentes «No
seguimento do seu email de hoje, esclareço: - basta ler os nossos jornais para
ver o contributo da nossa ANCU e da Federação para o Estatuto dos Combatentes.
A Associação de Comandos deu-nos sempre colaboração e apoio. Fomos ouvidos
presencialmente pelas duas últimas Secretárias de Estado dos Antigos
Combatentes, em reuniões demoradas, onde expressámos as nossas ideias,
contributos e criticas. O nosso parecer deve ter chegado em nome da Federação
ao Parlamento, sendo do nosso conhecimento que a Associação de Comandos e a
APVG remeteu para esse parecer. Em 02.06.2020 a ADFA e a LIGA foram recebidas
na Comissão de Defesa. A ANCU e a Federação tomaram iniciativa desta luta do
Estatuto desde 2006, e, não foram convidadas, a não ser para se pronunciarem
por escrito. Já lá estava antes do convite. A comunicação social tem induzido
em erro os combatentes, não os esclarecendo o suficiente, também porque os
jornalistas não conhecem suficientemente bem a legislação existente,
nomeadamente a Lei 3/2009.Não me vou precipitar. Neste momento, mais nada
podemos fazer, e logo que a nova legislação surja firmaremos a nossa posição
sobre a mesma perante o público e através do nosso jornal.
António Ferraz» (Presidente da Federação das Associações de
Combatentes e da ANCU).
Segundo: Associação de Comandos, (20 de Julho de 2020)
«Mais um documento que vai servir, estou certo, para
uma nova onda de propaganda, como estamos habituados: “agora é que é”, “os
combatentes blá, blá,blá”, etc, etc. Este debate arrastou-se anos e anos
(andamos “nisto” há uns bons 15 anos!) sem que algum governo pegasse no
assunto; de repente, “é agora!” Ao longo dos anos fomos parceiros da Federação
e da ANCU na discussão das propostas que iam aparecendo, tendo-se chegado a um
projecto final. Não fomos convidados para qualquer reunião: do Ministério
pediram-nos um Parecer sobre a Proposta de Lei apresentada que teria de ser
dado em meia dúzia de dias e, depois, já durante a discussão na Assembleia, a
Comissão de Defesa e o PSD pediram-nos uma opinião por escrito (para não se
dizer que não nos tinham perguntado nada …)
- não fomos, portanto, convidados
para qualquer reunião. Nas n/ respostas, remetemos sempre a concordância para
os Pareceres da Federação, nos quais colaborámos, não deixando nunca de
declarar a nossa TOTAL discordância com a data escolhida para o DIA DO
COMBATENTE – para nós o Dia está há muito escolhido: o 10 de Junho, como também
chamámos sempre a atenção para o nosso entendimento que SOMOS Combatentes, não
Antigos Combatentes. Aguardemos, pois, a publicação. Associação de Comandos < associacao.comandos.dn@gmail.com 20/6/2020 Receba
um abraço de amizade do José Amaral»
***
Estas Associações estiveram na génese do Monumento aos
Combatentes do Ultramar, em Belém (Lisboa). Até aí e, desde aí, foram
incansáveis na defesa dos legítimos direitos dos seus membros. Só que nisto
como em todo o processo revolucionário «há razões que a própria razão
desconhece» O signatário envolveu-se neste processo associativo em 1982. Ao fim
de vinte anos retirou-se, entregando, através de eleições, o comando do barco a
quem, legitimamente, reassumiu as suas funções irrepreensivelmente. Já passaram
mais vinte anos. Desde 1982 até hoje, sempre a ANCU e os Comandos estiveram, em
relação à Causa essencial dos Combatentes, na primeira fila, pela defesa dos
seus representados. Pelos vistos o poder político teima em «confinar» a geração
dos Combatentes do Ultramar, para que os combatentes da Grande Guerra,
reencarnados nalguns protótipos infiltrados nos escombros do século XX,
higienizem as malfeitorias do Estado Novo. Esta pandemia geracional vai
prosseguir até que o novo Covid-19, leve o último infetado da guerra do
ultramar. Cada novo adiamento irá até mais quarenta e oito anos de «estado
velho».
Ten. Mil.
Barroso da Fonte – sócio nº 1 da ANCU e nº 15 da AOE
Parabéns ao ilustre combatente Doutor Barroso da Fonte pela coragem de dizer as verdades que os répteis evitam com a sua espinha videirinha.
ResponderEliminarComo é que o Dr. Barroso da Fonte quer respostas do Governo assim tão prontas e rápidas? O Primeiro Ministro tem de trabalhar e até já nem vai andar lá pelo Parlamento, bem lhe basta o trabalho que lhe deu o Covid 19 e, agora mais, onde há-de ir gastar aquele dinheiro todo que lhe deram da União Europeia!? Ora, até o Dr.Rio diz que ele tem é de ir trabalhar... ele assim não sabe para onde se há-de virar! Acaba por ter que ir de férias como quando foi dos fogos...ai vai vai!
ResponderEliminarEsta gente de agora sabe lá quem são os Antigos Combatentes do Ultramar! Nunca viram uma mãe morrer para a vida, quando chegava a hora de um filho embarcar como carne para canhão e tinha como seguro, quase, que lhe ia ser devolvido num caixão!, e que essa mão morria outra vez, e quase não se interessava sequer por respirar... Não sabem quanta noiva fico com um filho orfão ainda na barriga com o casamento adiado eternamente... Não sabem o que é ter irmãos e pensar-se que chegando ao dia do "barco" perderíamos esses irmão... e que não tínhamos o direito de reclamar com o Estado, nem sequer piar! Esta gente de agora é tão ignorante que a História não lhes diz nada..., não querem sabe de onde vieram -vivem o did a dia no "salve-se quem puder !" , no "quem vier que feche a porta que eu já tenho o saco azul cheiínho...! Até as estátuas vandalizam, espicham e deitem a baixo! Até as estátuas vivas se puderam as queima... e "valham-nos as tecnologias abençoadas!, se não fossem elas éramos tão ignorantes como os nossos atepassados! , -pufff , dizem, todos inchados...
ResponderEliminar-OS ANTIGOS COMBATENTES SÃO A NOSSA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA AINDA VIVA!
LAPSO- " E QUE ESSA MÃE MORRIA OUTRA VEZ QUANDO O FILHO CHEGASSE NO CAIXÃO..."
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