Este
romance, de características autobiográficas e de ficção, é uma verdadeira
história de Amor vivida entre Francisca e o Príncipe que termina de uma forma
serena e se completa na tragicidade do primeiro capítulo "O Amor é a
Verdadeira Preciosidade". Na teia diegética cruzam-se fundamentos
filosóficos, literários e artísticos, investigação científica e competências
líricas que conduzem o leitor a um mundo sensorial e intimista partilhando da
história dos protagonistas.
(…)
De salientar a cumplicidade amorosa
entre o Casal, visível: na vivência e proximidade marcadas por gestos e
diálogos amorosos; na fidelidade do corpo e da alma entre os apaixonados, na
união resultante da vontade e de sinais pessoais de compromisso e na crença do
verdadeiro Amor. Porque "O Amor á a marca divina impressa no nosso
coração…"(p.21)
(…)
Uma obra onde o leitor pode encontrar um
lenitivo para a sua condição, descobrindo o verdadeiro caminho.
Júlia Serra
1. O AMOR é a Verdadeira
Preciosidade
Francisca beijava os lábios, o rosto, e
as mãos do seu amado. Acariciava-lhe o corpo. Ajeitava, com os dedos, o cabelo
do Príncipe e aspirava o aroma inconfundível e perfumado que ele exalava. Não
conseguia exprimir por palavras o sentimento amoroso intenso e profundo que
sentia, só sabia que o Amor é a poderosa, pura, e valiosa força que
consciencializava, e que faz mover o mundo, - o Universo. Aconchegada ao seu
corpo, deitada de lado, não parava de o acariciar com ternura, como se quisesse
descobrir algum cabelo branco naquela cabeleira farta, quase loura, brilhante
como o ouro, que ela tanto gostava de tocar e de beijar. O Príncipe, com
quarenta e cinco anos de idade, estava completamente silencioso, alheio a tanta
dedicação e demonstração de um afecto imaculado, intenso e quase irreal. (…)
Francisca, com os seus trinta e três
anos de idade, já ultrapassava o sensual. Adorava aquele homem que a fez
mulher. O seu pensamento não tinha outras memórias. O seu corpo não podia
respirar um ar diferente, não descobria nenhuma forma alternativa de
desenvolver a sua consciência mental e, por isso, não conseguia abstrair-se das
imagens transparentes e luminosas que o seu coração e pensamento emitiam.
Carinhosamente beijava as orelhas do seu Príncipe, a testa, o pescoço,
contornava o nariz e o queixo com os dedos, levemente, como se estivesse a
abrilhantar o bronze de uma delicada escultura. As mãos não paravam, com
doçura, iam acariciando o corpo e as faces impecavelmente barbeadas, sentia a
maravilhosa pele sedosa do seu amado. (…)
Manuela Morais
O Aroma do AMOR
Desenho da capa de Espiga
Pinto
A TARTARUGA é um projecto
cultural e humanista, divulga e enobrece a língua e a cultura portuguesas. Para
Platão, a inspiração poética está ligada ao entusiasmo e à posse do sentido do
divino. Para Aristóteles, a poesia, qualquer que seja o seu objecto, heróica ou
satírica, e a sua forma, dramática, lírica ou épica pertence às artes de
imitação. Enraizada na natureza, a poesia é o lugar de uma verdade mais
filosófica e universal do que a simples exactidão histórica. Porque a história
da nossa literatura o impõe e o seu objectivo final é levar aos leitores o
registo escrito do pensamento e criatividade que brotam de fontes inesgotáveis
aqui estamos, cada vez mais, mostrando a nossa língua no seu melhor e
demonstrando que é uma língua viva comunicante, bela e com uma identidade
inquestionável. A essência da escrita é deliciar os leitores e os autores
depois da execução lírica, captando cada instante com emoções e atraídos pela
maravilhosa interpretação de palavras e imagens representadas e delineadas em
cada página do livro.
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