BARROSO da FONTE |
Acabara de
completar 81 anos de vida o Almirante Vieira Matias. Nasceu em Porto de Mós,
foi uma alta personalidade da Marinha e não fez a sua carreira por promoções
administrativas ou golpadas traiçoeiras. Ainda em 2002, sendo Chefe do
Estado-Maior da Armada, «mandou regressar navios à base como crítica ao baixo
orçamento que o governo da época dera à Marinha».
Durante
o elogio fúnebre foram proferidas, por diversas entidades palavras que deveriam
ganhar eco nas academias e centros de formação cívica.
«A
coragem e frontalidade a serem e a comandarem fuzileiros especiais na Guiné, no
início da carreira militar, voltou a mostrá-la em 2002, nos últimos dias como
Chefe do Estado-Maior da Armada.
Leu-se na imprensa que «era um homem notável, um grande marinheiro, um exemplo como militar, como professor e como cidadão. Um dos mais notáveis lideres e militares contemporâneos, com uma carreira brilhante",
E o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, destacou as 16 condecorações nacionais (a última, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em janeiro) e 10 estrangeiras.
Leu-se na imprensa que «era um homem notável, um grande marinheiro, um exemplo como militar, como professor e como cidadão. Um dos mais notáveis lideres e militares contemporâneos, com uma carreira brilhante",
E o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, destacou as 16 condecorações nacionais (a última, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em janeiro) e 10 estrangeiras.
O
piloto Aviador Brandão Ferreira, em artigo que circulou pelas redes sociais,
afirmou que «quando a Comissão Promotora para a evocação dos Antigos
Combatentes do Ultramar (creio que em 1997) foi solicitar apoio das chefias
militares para tal cerimónia, junto ao respetivo Monumento, situado perto da
Torre de Belém (Lisboa) – Monumento sagrado da Pátria que uns poucos negregados
arrotaram de suas fezes querer agora, demolir – o Almirante Matias foi o
único chefe militar que teve discernimento e coragem para apoiar a iniciativa,
não se acobardando com a incrível oposição movida contra tal comemoração por
parte da Presidência (e não só). Mais tarde Vieira Matias viria a integrar a
Comissão Promotora das Comemorações do dez de Junho».
Na qualidade de autor da ideia da construção
desse Monumento, de sócio número 1 da ANCU e de Presidente, durante vinte anos,
da (Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar que teve sede em Guimarães
e que, também por sua proposta, foi transferida para a cidade de Tondela), onde
permanece, bem entregue, associo-me ao espírito deste artigo e louvo o Ten.
Coronel Brandão Ferreira, por ter tido a coragem de ser tão claro, contra os
tais «poucos negregados que arrotaram de suas fezes quererem, agora, demolir
o referido Monumento». Se calhar esses poucos são os mesmos que
vandalizaram a escultura do Padre António Vieira. Os tais vampiros que vivem à
custa dos impostos dos combatentes, de ontem e de hoje e que reinam no meio das
confusões.
Esse
Monumento não nasceu no seio dos profissionais das armas. Muitos desses
combateram os pioneiros, caluniando-os de nomes feios, na imprensa, nas
conversas de café e durante os muitos desfiles que ali se fazem em cada dez de
Junho e noutras datas.
Foi
por isso que em 1982, após ouvir o líder da Associação 25 de Abril, a anunciar
que iria criar uma associação para travar as vozes da reação, eu próprio, não
mais sosseguei até ver personalizada e instituída a ANCU. Em 1984, contra
ventos e marés, convidei o saudoso General Altino de Magalhães para ser nosso
associado, o que aceitou. Logo lhe pedi que liderasse esse movimento.
Indiquei-lhe logo, outras parcerias, como a Associação dos Comandos, a Liga dos
Combatentes para cuja direção nacional ele próprio foi eleito em1986. Também
por proposta da ANCU ele foi, entretanto eleito, passando a gerir todo o
processo consequente. Às cinco associações iniciais, aumentou ele para oito que
subscreveram o Monumento. Em 15 de Janeiro de 1994 fez-se a inauguração. Mas
nem uma palavra se ouviu acerca de quem foi o pai ou o padrinho do nasciturno.
Tudo decorrera bem e era isso o que se pretendia. Até aí foi preciso bater à
porta dos dois ministros da Defesa (Eurico de Melo e Fernando Nogueira).A Liga
mudou de líder nacional. Os ódios ficaram contra a ANCU, os Comandos e ADFA. Já
faleceram: Altino de Magalhães, Vítor Ribeiro e José Arruda. Os líderes das
restantes associações que têm o nome no sopé do Monumento foram convidadas pelo
já então Presidente da Liga, pois também dessas instituições ele fazia parte.
Nunca conheci nenhum desses líderes e talvez, até eles, por desconhecimento do
início do processo, pensem que o opúsculo de Altino de Magalhães, contém esses
cinco primeiros anos. Não lhes levo a mal. Mas esse pequeno livro que contem as
contas (certas e os concursos insuspeitos). Ignora a parte inicial. Essa
omissão tem atribuído a História do Monumento apenas à Liga dos Combatentes.
Mas não corresponde à verdade. Nem o general Chito Rodrigues que nos últimos
anos lidera esse mediatismo histórico, tem a culpa toda. Mas ele próprio já
elaborou um documento que me enviou, correto, onde ele reconhece esses
primeiros cinco anos e a paternidade da ideia.
Talvez
também o Piloto Aviador Brandão Ferreira desconheça esse período de tempo.
Talvez a partir da data em que, também em Guimarães e por sugestão do Cor.
Caçorino Dias fundámos o Movimento dez de Junho, cuja função caberia à
celebração anual, no dia10 de Junho dessas comemorações. Pelo que li no seu
artigo o Almirante Vieira Matias presidiu, mais tarde a essa manifestação. Fica
aqui exposta publicamente e pela primeira vez a verdadeira história da
construção do Monumento aos Combatentes do Ultramar.
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