quinta-feira, 14 de maio de 2020

Andanças com Heródoto



                                  No Twitter
Da contra capa:
“Recém-licenciado, a trabalhar para uma agência de notícias polaca e com um desejo imenso de conhecer os povos além-fronteiras, Kapuscinski pede para partir em reportagem. Oferecido pela sua redatora-chefe, o jovem jornalista leva consigo, durante vários anos, um volume das Histórias de Heródoto, o historiador grego que vivera dois mil e quinhentos antes de si. É através das reflexões do autor clássico que atravessa a Índia, a China, a Ásia Menor e África, nas suas Andanças com Heródoto, um relato de viagem que ainda hoje faz refletir sobre todas as fronteiras que nos separam e a humanidade que nos une. Se Heródoto é considerado «o pai da História», Kapuscinski é certamente «o mestre da reportagem”.
O livro é uma delícia. Mas o prefácio do autor é soberbo. A denúncia sobre o estalinismo é certeira. Com palavras e exemplos simples. A dado passo diz:
“ Francamente, nem sabíamos bem onde era a Grécia (…) Éramos filhos da guerra e, durante anos de ocupação, os liceus estavam encerrados (…)” – p. 11. E acrescenta: “ Aqueles que escreviam geralmente queixavam-se de injustiça ou miséria, afirmando que, por exemplo, o Estado lhes tinha confiscado a última vaca, ou que na sua aldeia ainda não havia luz eléctrica(p. 16). E ainda: “ …já nos tempos de Estaline ninguém podia dizer que uma loja estava vazia”. O progresso consistia em fazer afirmações contrárias à realidade: que as lojas estavam todas cheias.
Este pequeno prefácio diz-nos quase tudo sobre a Polónia estalinista (comunista /soviética).

Sem comentários:

Enviar um comentário

As crianças serão racistas?