A selecção foi organizada
por José Mário Silva, onde reúne um século de poesia singular.
Uma escolha destas é
sempre ingrata e difícil, mas resultou num livro de referência.
Não há lista nenhuma,
seja de que natureza for, sobretudo quando a escolha é pessoal, que não
injustice sempre este ou aquele, mas, por sua vez, justifica a presença de
outros com justiça e transparência.
“Os Cem Melhores Poemas Portugueses dos Últimos Cem Anos) estão
divididos por Retratos, Relatos, Desacatos e Hiatos, e rematados com um índice
remissivo. A abrir, estão Camilo Pessanha, Sophia e Ruy Belo,
a fechar lemos
Miguel Cardoso e Vasco Gato, passando por O’Neill, os heterónimos de Fernando
Pessoa, ou novíssimos consensuais como Golgona Anghel, Matilde Campilho ou
Miguel-Manso. Mas todas as gerações, correntes e ideologias poéticas estão
representadas – prova do gosto eclético do organizador” (Visão).
Por mais que não fosse, esta
lista confirma a qualidade de poemas de autores transmontanos: Miguel Torga
(poema “Orfeu rebelde”, de Antologia poética), A. M. Pires Cabral (poema
“Gaveta do fundo”, de Gaveta do fundo), Eduardo Guerra Carneiro (poema “Afinal
acabo sempre por falar de ti”, de Contra a corrente), José Carlos Barros (poema
“As páginas dos romances”, de O uso dos venenos), Vítor Nogueira (poema
“Alfama”, de Bagagem de mão) e Rui Pires Cabral (poema “O terceiro”, de
Morada).
José
Mário da Silva nasceu a 2 de Março de 1972, em Paris.
Licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa,
trocou os laboratórios pelas redacções dos jornais ainda antes de terminar o
curso. Jornalista desde 1993, trabalhou 14 anos no Diário de Notícias, onde foi
editor adjunto do suplemento «DNA» e da secção de Artes.
Pelo meio, fez parte da
equipa que realizou dois programas televisivos emitidos na RTP2
(«Portugalmente» e «Juízo Final»). Traduziu algumas obras do francês e é autor
do livro de poemas Nuvens & Labirintos (2001), obra vencedora do Prémio
Literário Cidade de Almada.
Actualmente, é crítico
literário do Expresso e colaborador permanente da revista Ler. Escreve
diariamente sobre livros e literatura no blogue Bibliotecário de Babel. Vive em
Lisboa, no topo de uma das sete colinas.
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