Um castanheiro com História nacional

Por Barroso da Fonte

Situa-se em Vales, freguesia de Tresminas, concelho de Vila Pouca de Aguiar.

É com tripla satisfação que se dá esta notícia que nos chegou por intermédio de um investigador desta área e autor de boa meia dúzia de livros sobre a Castanha e o Castanheiro. Este estudioso é natural de Mirandela, licenciado em História, técnico superior do Ministério da Educação, na área da Educação de adultos e Formador Profissional. Toda a sua vida, após o serviço militar, onde serviu como oficial Miliciano. Nessa função se relacionou com a Educação de Adultos e com áreas campestres que mais lhe afina das árvores e também para ajuizar da valia do seu produto, em relação à sua importância no quotidiano da população. Jorge Lage para além de colocar a sua paixão no historial da castanha, e da árvore que a produz, terá lançado um desafio ao Engenheiro Andrada que na qualidade de dirigente da Direção das Florestas, iniciou a classificação do Castanheiro de Vales, no seguimento da proposta do estudioso Jorge Lage. Em 7 de Março de 2008 saiu a público o «Aviso nº 6», referente à classificação do exemplar, da freguesia das Tresminas.

Tal classificação fez com que este mesmo Castanheiro fosse o vencedor da «árvore do ano em Portugal, em 2020».

Esta alegre notícia satisfez-me muito, e aos amigos comuns.  Este exemplo deveria constar como lei de cumprimento obrigatório entre políticos.

A entrega do prémio correspondente ao «Castanheiro do lugar de Vales» terá lugar nessa freguesia de Tresminas, no próximo dia 14.

JORGE LAGE

Jorge Lage foi o convidado de honra para apresentar uma comunicação nesse ato público, certamente, perante as entidades oficiais convidadas. Mais que justo. Parabéns à Família Marques (Fernando, Fernanda e Duarte) que comprou o terreno onde esse castanheiro, nasceu, cresceu e deu muitos e bons frutos. Apareceu por ali um Transmontano que não um político. Falou com o comprador do terreno. E, a partir da velhice, da frondosa superfície, da quantidade e qualidade das castanhas e, ainda, da idade que se presume tenha esse exemplar. Transmitiu a quem tinha poder para concretizar a ideia. Também isso se louva.

Aqui está o exemplo que deveria impor-se como regra entre políticos: as obras públicas deveriam ser inauguradas por quem as concebe, as promove e consegue o dinheiro para as realizar. Nalguns casos quem vai inaugurar essas obras, se calhar, até votou contra.

Mas chegado à cadeira do poder, esquece o antecessor, limita-se a pagar o dinheiro que ficou às suas ordens, prepara as placas inaugurativas, coloca o seu nome, onde deveria ficar o do seu antecessor e esfrega a barriga ao sol, como sendo obra sua.

Lamentavelmente é esta a política dos políticos. Dela falarei num dos meus próximos artigos. Por agora felicito o conterrâneo e amigo de longa data, Jorge Lage. Por este nobre exemplo.

Barroso da Fonte