Em Londres, na Eaton
Square, segundo os dados de Oliver Bullough, existem 86 propriedades detidas
através de estruturas anónimas que impedem qualquer pessoa, incluindo as
autoridades tributárias, de descobrir quem é o verdadeiro proprietário. Porque estão registadas, não em Inglaterra,
mas nas Caraíbas, nas Ilhas Virgens Britânicas, Guernsey, Jersey, Panamá,
Liechtenstein, ilha de Man, Delaware, Ilhas caimão, Libéria, Seychelles,
Mauricias, são Vicente e Granadinas e Gibraltar. Em Inglaterra e no País de
Gales existem mais de 100 mil propriedades registadas fora, nestes paraísos
fiscais. Porquê? Porque são produto de gatunagem!
José Sócrates, em
Portugal, pertenceu a este esquema, mas ainda tem um punhado de acólitos que
dizem o contrário. A dona Isabel dos Santos também. São bem conhecidos agora os
registos de algumas empresas fantasmas nesses paraísos fiscais da agora cidadã
Russa!
Ontem foi notícia que a
senhora que se pavoneia no Ocidente enquanto o POVO ANGOLANO sofre miséria, como no bairro da Samba, tinha mudado de estratégia e negoceia devolução de dinheiro a Angola. Citado pelo Expresso, o procurador-geral angolano, Hélder Pitta
Gróz, considera que os contactos feitos pelos advogados de Isabel dos Santos
são “um sinal ainda ténue”.
A tentativa de
negociar a devolução é já reconhecer que o dinheiro foi indevido. Mas é melhor
assim do que ter um mandato internacional de captura à perna, porque em cada euro roubado,
apenas devolverá alguns cêntimos: 193 milhões de euros
relacionados com a sua entrada na Galp, mais 146 milhões de dólares de um
negócio que envolveu uma empresa de diamantes e ainda 38 milhões de dólares
retirados de uma conta da Sonangol já depois de ter sido exonerada da
presidência da empresa.
E sobre a realidade angolana, palavras
para quê?
A 26 de Novembro (2019) publicou-se neste
espaço um vídeo (de 2016) sobre a situação dramática de Angola – um país rico com 20 milhões de pobres, onde
meia dúzia de corruptos “vive á grande e á francesa”. A lista pode ser
consultada aqui. Basta ovservar alguns vídeos para
perceber a miséria em que vive a população angolana. Que
tal este sobre o bairro do Bita (2016)? E que tal este
da Samba, a que chamam vala do lixo (2017)
difundido pelo blogue Maka Angola, ou este da Terra
Nova (2013), ou o do Cazenga (2013).
O Consórcio Internacional de Jornalismo
de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre
os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes
de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que
ajudam a reconstruir o caminho que levou esta senhora, filha do ex-Presidente
angolano (José Eduardo dos Santos) a tornar-se a mulher mais rica de África.
Enquanto uns roubam, outros vivem assim ...
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