AGÊNCIA LUSA
/AUSTRÁLIA /15 JAN 2020
Uma equipa de
bombeiros especializada em combate aéreo a fogos em zonas remotas conseguiu
salvar uma mata de ‘pinheiros dinossauros’ de uma espécie que existia há mais
de 200 milhões de anos, anunciaram as autoridades.
Pinheiros do tempo dos dinossauros foram salvos por bombeiros especializados na Austrália |
Matt Kean,
ministro do Ambiente do Estado de Nova Gales do Sul, citado pelo Guardian
Australia, explicou que a equipa conseguiu evitar que um grande incêndio na
Montanha Gospers atingisse os pinheiros.
O grupo de
pinheiros, cuja localização exacta não é conhecida publicamente, estão
‘escondidos’ num vale de escarpas de granito no Parque Nacional Wollemi, nas
Montanhas Azuis.
Kean explicou
que os bombeiros conseguiram evitar que um grande fogo que alastrou na região
atingisse os pinheiros que se pensou estarem extintos - havia apenas registos
fósseis - mas que foram descobertos, por casualidade, há 26 anos.
O ministro
explicou que há menos de 200 pinheiros selvagens e que, por isso, o Governo fez
tudo o possível para os proteger, no que classificou como uma “missão de
protecção ambiental sem precedentes”.
A operação,
conduzida por equipa dos Parques Nacionais, do Serviço de Vida Selvagem e do
Serviço de Bombeiros de Nova Gales do Sul envolveu o uso de aviões de combate a
incêndios que largaram retardante de fogo na zona.
Bombeiros
especializados foram descidos de helicóptero para a zona estabelecendo uma zona
de irrigação para proteger os pinheiros, tendo depois outros helicópteros
largado água em redor da zona para evitar que o fogo chegasse ao local.
Uma avaliação
posterior confirmou que apesar de algumas árvores terem sido chamuscadas a
espécie sobreviverá.
O Governo,
explicou Kean, continuará a manter a localização precisa das árvores em segredo
para tentar garantir a sua protecção a longo prazo.
“Visitas
ilegais à zona constitui uma ameaça significativa aos pinheiros de Wollemi e à
sua capacidade de sobreviver, pelo risco de que plantas jovens sejam
danificadas ou pela introdução de doenças que devastariam a população”,
explicou.
As árvores
foram descobertas em 1994 porque uma equipa de cientistas que notou um
agrupamento de árvores coníferas pouco usuais na ravina, numa das zonas mais
remotas da floresta.
Amostras
foram analisadas depois por botânicos comprovando que se tratava de
descendentes das árvores pré-históricas, que no passado, cobriram vastas
florestas na Austrália, Nova Zelândia e Antártida.
As arvores
foram distribuídas para jardins botânicos em todo o mundo, para ajudar a preservar
a espécie, sendo esta a única mata selvagem conhecida.
O fogo que
afectou a região, começou com um raio em outubro, só foi controlado esta semana
e destruiu mais de 500 mil hectares da floresta.
Globalmente
os incêndios destruíram mais de 10 milhões de hectares tendo sido responsáveis
pela morte estimada de mais de mil milhões de répteis, aves e mamíferos.
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