domingo, 19 de janeiro de 2020

Artigo sublime de Barroso da Fonte sobre Reis Ventura

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A 10 de Janeiro deste ano fizemos aqui referência a um artigo publicado por Barroso da Fonte, na revista Aquae flaviae (Grupo Cultural Aquae Flaviae), sobre um autor transmontano que  se destacou na Literatura Africana com um volume notável onde descreve relatos impressionantes e cruéis dos massacres levados a cabo pela UPA contra as populações civis de brancos e negros civis, mulheres, crianças, velhos e indefesos. E milhares de assassinatos dos trabalhadores bailundos que não estavam enquadrados na política e estratégia da UPA, com requintes de malvadez – REIS VENTURA.
“Reis Ventura é o pseudónimo literário de Manuel Joaquim dos Reis Barroso. Tendo começado a sua vida pela Ordem de São Francisco, onde professou com o nome de Vasco Reis e recebeu ordens sacras, estudou Teologia em Espanha, tendo seguido depois para Moçambique como missionário. Ali abandonaria não só os franciscanos como as próprias ordens sacerdotais, tendo regressado a Lisboa onde estudou então na Escola Superior Colonial. Em 1938 seguiu para Angola, onde trabalhou primeiro como funcionário administrativo e, ultimamente, como empregado da companhia de petróleos daquela então colónia. Regressou a Portugal em 1975, tendo-se fixado em Lisboa. Estreou-se como poeta com o volume A Romaria, que em 1934 recebeu o "Prémio Antero de Quental" do Secretariado de Propaganda Nacional, ex-aequo com a Mensagem de Fernando Pessoa. Para além de continuar a cultivar a poesia, dedicou-se depois a escrever crónicas, contos e romances de temática colonial, pelo que recebeu alguns prémios da antiga Agência Geral das Colónias. Está representado nas antologias: Novos Contos d'África, de Garibaldino de Andrade e Leonel Cosme, 1962; Contos Portugueses do Ultramar, de Amândio César, 1969; O Corpo da Pátria, antologia poética sobre a guerra colonial, de Pinharanda Gomes, 1971; e Antologia do Conto Ultramarino, de Amândio César, 1972”, diz-nos o Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Lisboa, 1997.
E sobre este autor flaviense dizem-nos ainda: “Reis Ventura foi um dos escritores que integrou aquela que se pode classificar como a segunda fase da literatura colonial portuguesa de inspiração africana, no século XX. A primeira fase, representada por escritores como Henrique Galvão (1895-1970), Julião Quintinha (1885-1968) e Castro Soromenho (1910-1968), desenvolveu-se entre as décadas de 20 e 40 coincidindo predominantemente com a recuperação do conceito de império colonial, preconizado pelo Estado Novo.
A segunda fase veio a coincidir com o início da autodeterminação dos países francófonos de África, já na década de 50, e com a sublevação nas colónias portuguesas, na década seguinte. Em Angola, esta fase cristalizou-se à volta do Grupo da Província, um conjunto de artistas e escritores que contribuíram para o Suplemento Literário do jornal "a província de Angola", logo a partir da década de 40.
Durante a década de 60, este grupo, apoiado tacitamente pelo governo e pela Agência Geral do Ultramar, veio a ser contestado, na sua literatura comprometida com o regime, por escritores de oposição ao colonialismo e ao Salazarismo, como José Luandino Vieira”.
Tudo isto que acabámos de escrever sobre Reis Ventura, está nesse artigo sublime, publicado no último número da revista Aquae flaviae (Grupo Cultural Aquae Flaviae), assinado por João Barroso da Fonte.
O artigo pode ser lido na íntegra AQUI.

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