segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A Última viúva de África

Alice Oliveira, nascida e criada no Minho, num meio pobre, sem horizontes, nos anos 50 do século passado, afronta o destino emigrando para o continente africano, fazendo parte do número reduzido de portugueses que permaneceu na antiga colónia belga do Congo após a independência. Serviu as autoridades portuguesas como informadora, a quem denominavam Madame X. Para os mercenários que combatiam pela secessão do Catanga era a “mãe” (Kisimbi).
A Última viúva de África é uma narrativa muito bem construída por Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário do coronel Carlos Matos Gomes, antigo oficial das forças especiais portuguesas, conhecedor exímio da realidade da Antiga África Portuguesa. A referência a César Dante, personagem breve do volume, prova-o na plenitude. Este jornalista italiano, Dante Vacchi, com a descrição ali invocada é aceite como o fundador dos Comandos portugueses. Muitas das personagens fictícias são, na forma, personagens reais.

O autor

Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário de Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24 de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo cumprido comissões em Angola, Moçambique e Guiné. Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão, e colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme Capitães de Abril. É investigador de História Contemporânea de Portugal. Publicou, como Carlos de Matos Gomes e em coautoria com Aniceto Afonso, os livros Guerra Colonial, Os Anos da Guerra Colonial e Portugal e a Grande Guerra. No catálogo da Porto Editora figuram os seus romances A Última Viúva de África (2017), Prémio Literário Fernando Namora/2018, e Nó Cego (reeditado em 2018), uma obra de referência obrigatória na ficção portuguesa sobre a guerra colonial.

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