“O que a lei não
proíbe, proíbe a decência”
Séneca
O Decreto-Lei
n.º 36/2019 de 15 de Março promulgado pelo governo que patrulha o país,
refere-se à recuperação do tempo de serviço congelado dos professores dos
ensinos básico e secundário. Em que assenta, por imposição totalitária
governamental em 2 anos, 9 meses e 18 dias. Clarifique-se: a governança roubou
6 anos e meio de tempo de serviço a esses profissionais.
E os sindicatos neste ponto têm a razão toda do mundo! Porque com essa
roubalheira, docentes com menos tempo de serviço ultrapassam colegas com muito
mais tempo de serviço. Além do mais, os professores do território continental
são definitivamente ultrapassados pelos docentes insulares (Madeira e Açores).
O que, em termos éticos, é um precedente deplorável dado que todos (sem
excepção) pertencem ao mesmo território nacional. Mas a coisa ética, neste
caso, apenas se sente pela rama. Aprofundando-a, as manipulações perversas de
uma ideia totalitária vêm ao de cima como o azeite.
Este decreto escabroso (a que o presidente da republica deveria ter dado
mais atenção), se por um lado prejudica os docentes que são ultrapassados por
colegas, aponta, sobretudo, para a aniquilação pessoal e curricular de um
determinado número de docentes - aqueles que se encontram em fim de carreira
(se é que a carreira ainda existe). Ora é este o ponto fulcral, porque está
dissimulado à maneira soviética (com aquelas experiências malucas “esquerdistas”, a que a própria esposa de Lenine, Nadya Krupskaia, mais tarde
renunciou e denunciou) e Gramsciana (destruição da cultura, da religião,
das hierarquias, etc. Como o fizeram em Portugal desde 2005 retirando a
autoridade aos professores).
Tanto no caso dos docentes ultrapassados como dos docentes de fim de
carreira, os prejudicados são os mesmos de sempre, desde a governança de
Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues, com a assessora Mariana Vieira da Silva.
Desde esse tempo que estes profissionais tendo capacidades para serem cidadãos
dignos, prósperos e com capacidade para adquirirem currículos adequados e
aceitáveis (pelo menos), foram impedidos de o fazer (por decreto!). O mesmo não
acontecendo com as Marianas!
E são-no agora também no tempo de Costa. Que, aliás, foi a segunda figura do Estado no tempo de Sócrates.
O que aqui existe, na promulgação deste decreto asqueroso, é o culminar
de uma política totalitária em prejuízo da individualidade do cidadão. Todo o
processo de agrupamentos de escolas, direcções e serviços administrativos, está
fundamentado (“legalmente”) neste esquema nefasto para a sociedade, ao qual se
associou todo o esquema corrupto da Administração Escolar, logo pública. Foi
assim criada, com estas ideias “esquerdistas”, uma casta de medíocres, cujo fim
último é o prejuízo pessoal dos profissionais de ensino, incluindo o dos (as)
auxiliares de educação.
Resumindo. Os prejudicados de ontem são os mesmos de hoje. E os algozes
de hoje, são os mesmos de ontem.
Toda esta pouca vergonha, bem como as poucas vergonhas bancárias e por aí
adiante, se resolviam rapidamente. Bastava, por exemplo, que nas comissões de
ética fosse colocada a meia dúzia de pessoas que todos conhecemos. E que os
lugares certos fossem ocupados pela meia dúzia de pessoas que todos sabemos.
Mas o poder político vigente não está interessado, porque é corrupto. “Quanto mais corrompido é o Estado mais
numerosas são as leis” (Tácito).
Este decreto envergonha qualquer individuo culto, qualquer cidadão
decente, porque não foi promulgado para todos, segundo os princípios universais
de uma Lei justa – mas sim para alguns, os mesmos do costume! Repare-se bem,
apenas usufruem desse tempo de serviço os profissionais que progridem em 2019!
Então e os outros?
Assume-se esta perversidade como se fosse natural e universal, quando,
olhando bem a coisa, chegaríamos a uma conclusão simples: os Anutan da Polinésia, ou os Babongo da bacia do Congo (Gabão),
teriam legislado com maior decência! Não há dúvida que Macróbio viu bem a
coisa: “À medida que se depravam os
costumes, multiplicam-se as leis”.
Quando assim é, o regime democrático, um regime de prosperidade e de
cidadania, corre o risco de se transformar numa latrina de invejosos! Que foi
naquilo que o país se transformou a partir de 2005.
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