quarta-feira, 17 de abril de 2019

Soares podia criticar. Cavaco não?

O artigo de hoje: Cavaco Silva tem-se multiplicado em críticas à política económica do governo. Desta vez disse que Portugal se encaminha para ser o lanterna vermelha da Europa (ver “Mão Visível”). O PS e o próprio governo não lhe perdoam isso e atiram que um ex-presidente tem um dever de recato nas intervenções que faz. 
Pergunta: Mário Soares era comedido? Vejamos dois exemplos: o ex-presidente (duas vezes), ex-primeiro-ministro (três vezes) participou ativamente na palhaçada que foi a manif para manter os Estaleiros Navais de Viana do Castelo em mãos públicas. Mais: criticou o juiz Carlos Alexandre, a quem chamou de “malandro” por ter mantido preso José Sócrates. 
Há maior manifestação de ausência de recato do que insultar um juiz de instrução? De facto o PS, António Costa e quejandos deviam ter vergonha cara.

Nota: quem me lê ouve sabe que não morro de amores por Cavaco Silva. Mas o seu a seu dono: depois de um período de disparates, em que até criticou a austeridade resultante da pré-bancarrota em que Portugal caiu em 2011, Cavaco tem feito o papel que qualquer cidadão deve fazer: criticar os erros de governação e propor caminhos alternativos

JORNALDENEGOCIOS.PT
Porque é que a esquerda se atira a um Cavaco muito mais comedido na crítica? Deve ser porque se julga ungida de um direito divino a determinar o que é a verdade para o país. Só pode ser isso.

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